quinta-feira, fevereiro 28, 2008

EL RELOJ
parte 05






Meu pai não costuma me dar presentes. E, quando dá, não costuma ser algo que preste. No Natal, por exemplo, ele me deu uma camiseta branca, o que é duplamente errado, já que eu não gosto de roupa branca e não uso camisetas... Ainda por cima, é dessas camisetas no estilo "fui a Cabo Frio e lembrei de você" - e eu sou de lá, porra!

Tem vezes em que papai está muito inspirado pra dar presentes, sendo ou não época de dá-los. Já me deu bons aparelhos de celular, muitos brinquedos na infância etc. Só que reparei que, no Natal, se meu pai me dá algo muito bom, é sinal de mau agouro! E assalto na certa!

Já contei aqui que fui assaltado no início deste ano e me levaram a câmera digital. Dentro dela, havia um cartão de memória, presente de Natal dado por papai.

Mas, 10 anos antes disso, meu pai me presenteou com um relógio. Ele tem uma coleção de relógios, cada um mais lindo que o outro. Naquele Natal, ele abriu sua maleta de relógios e deixou que cada um escolhesse seu relógio. Eu peguei logo G-Shock ORIGINAL (como o da foto ilustrativa deste post), de caixa metálica, digital, algo inimaginável (e muito caro) até então.

Usei o relógio apenas no Natal e guardei-o, para usar em ocasiões especiais (festas, casamentos, batizados, formaturas, bar mitzvah, enterro, aniversário da Xuxa). E, é claro, resolvi usar o relógio na virada do ano. Passei na praia de Cabo Frio, com vários amigos.

No fim da noitada, eu e um casal de amigos carregamos uma amiga deles, bebaralhaça, para a casa. No caminho, à beira da praia, fomos abordados por um grupo de 8 a 12 indivíduos, que nos imobilizaram - não foi muito trabalhoso com a bêbada desmaiada - e nos roubaram. Fora uns trocados dos outros, que mais se deu mal fui eu: LEVARAM MEU TÊNIS NOVO E MEU SUPER-DUPER-HIPER-RELÓGIO, dado por papai.

Voltei pra casa com minha característica expressão de que isso só acontece comigo e, depois de ser lindamente consolado por minha família, ganhei um reloginho de camelô do meu pai, pra não ficar muito triste...

... bem que ele podia me dar, agora, um outro cartão de memória! Ou um mp3 player!

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

PIMP MY RIDE
parte 04






Dando continuidade à série de história sobre roubos e furtos, vou contar uma das que mais gosto. Um dos meus amigos do trabalho, o Carlos André, comprou um Corsa Sedan em 2004. Estava alegre e satisfeito com o carro, fruto de seu trabalho duro.

Em 2005, sua esposa, a Júlia estava voltando da escola com o filho deles. Quando ela se preparou para estacionar o carro, quase na entrada de sua casa, um carro atrás dela começou a fazer um estardalhaço com a buzina. Ao desviar para dar passagem para outro carro, o carro não passou.

O motorista desceu do carro, acompanhado de 3 amigos, rendeu a Júlia e, na cara de pau, roubou o carro. Pelo menos deixaram o pobre do Robertinho tirar seu material escolar da banco traseiro.

Depois de todos os procedimentos tomados para acalmar a Júlia e para recuperar o carro, o Carlos André foi contactado, pois seu carro foi encontrado no dia seguinte. Tudo estaria muito bem se não fossem por duas surpresinhas. Em primeiro lugar, os assaltantes levaram as rodas do carro. Eram novinhas, menos de um ano de uso!

Mas, para compensar, deixaram um presentinho... a cereja do bolo foi O CADÁVER QUE ENCONTRARAM NO PORTA-MALAS!

Depois de resolverem os problemas burocráticos, do carro ter sido rebocado para um depósito da polícia em GARDÊNIA AZUL, o carro sem rodas (e, agora, sem bateria - roubada no pátio da delegacia, por uma 'gangue' montada pela equipe que fazia o serviço de rtemoção para a polícia), o Carlos André teve um gasto imenso pra consertar o carro.

E, é claro, se tornou o xodó da família - até porque carro roubado e depredado vale menos no mercado. Toda vez que relembramos essa história, dá pra ver na cara do Carlos André o pensamento: "isso só acontece comigo"!

terça-feira, fevereiro 12, 2008

BOLO
parte 03






Há cerca de 2 anos, meu primo Carlinhos resolveu, como de costume, comemorar o dia de Cosme e Damião em grande estilo. Planejou uma baita festa, gastou um $ legal contratando um rapaz pra tocar na festa, outros $ com a decoração do local, mais $ com os comes e bebes. E o mais importante, para ele: um bolo ENORME! Tudo no intuito de agradar a criançada do bairro, sobretudo as mais necessitadas.

No dia da festa, ele mandou a mãe e um amigo irem de carro - um Scenic - pegar o bolo na casa da confeiteira, uma senhorinha muito simpática, amiga da família há anos. Após pegar o bolo e tomar um trajeto para casa, o Scenic contendo o motorista, minha tia e o bolo foi fechado por duas Kombis - ô veículo maldito! Das Kombis, descem cerca de 10 homens, armados até os dentes. Apontam as armas para o carro e gritam para todos saírem.

Minha tia e o rapaz saem do carro, de mãos para o alto. O bolo fica. Os bandidos, mexem e remexem, gritam entre si, discutindo... mas sempre apontando as armas pra minha tia e para o rapaz (mas não para o bolo). Mais discussão, gritos e os bandidos anunciam que vão levar o carro.

Minha tia se desespera: é a festa das crianças e o bolo vai ser roubado. Preocupadíssima com essa situação, ELA RESOLVEU NEGOCIAR COM OS BANDIDOS PARA ELES, PELO MENOS, DEIXAREM O BOLO!

Pediu, implorou, com as mãozinhas juntas como em oração, olhinhos revirando, que os bandidos levassem tudo, exceto o bolo. Eles se entreolharam, discutiram, gritaram, se estapearam e, por fim, falaram pra pobre velhinha: "aê, minha tia, pegao bolo logo que a gente qué vazá"!

E partiram, deixando o rapaz e minha tia, em plena Av. Brasil, às 16h, com o sol a pino, sem carro, sem celular, sem dinheiro e com um bolo, com ambos pensando: "isso só acontece comigo"!

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

TOP TOP
parte 02






Dia desses, estava eu conversando com o povo do trabalho, falando sobre essas manias que as pessoas têm de se ligar absurdamente em marcas e modismos. Em especial, falamos dessa necessidade de ostentação que muitas dessas pessoas apresentam.

A moda, agora, é passear com essas mochilas especiais para laptop!
Toda pessoa de alma suburbana, que gosta de ostentação, tem uma mochila dessas.
Não precisa nem ter laptop: basta usar a mochila que todos pensarão que você é rico/chique/elegante/fino/poderoso/influente, pois ali, na mochila, deve ter um laptop, que é coisa de gente rica/chique/elegante/fina/poderosa/influente.

E foi pensando assim que um ladrãozinho de deu muito mal. Ele viu um rapazinho - este rapazinho é filho do melhor amigo de um colega de trabalho, que foi quem me contou essa história - andando tranqüilamente pelas ruas da Tijuca, com uma mochila de laptop. Não pensou duas vezes: foi lá e roubou a mochila do rapaz. SÓ QUE NÃO TINHA NADA DENTRO DA MOCHILA, A NÃO SER UMA AGENDA VELHA!

Adoro quando a vida prega essas peças em vigaristas...