terça-feira, fevereiro 12, 2008

BOLO
parte 03






Há cerca de 2 anos, meu primo Carlinhos resolveu, como de costume, comemorar o dia de Cosme e Damião em grande estilo. Planejou uma baita festa, gastou um $ legal contratando um rapaz pra tocar na festa, outros $ com a decoração do local, mais $ com os comes e bebes. E o mais importante, para ele: um bolo ENORME! Tudo no intuito de agradar a criançada do bairro, sobretudo as mais necessitadas.

No dia da festa, ele mandou a mãe e um amigo irem de carro - um Scenic - pegar o bolo na casa da confeiteira, uma senhorinha muito simpática, amiga da família há anos. Após pegar o bolo e tomar um trajeto para casa, o Scenic contendo o motorista, minha tia e o bolo foi fechado por duas Kombis - ô veículo maldito! Das Kombis, descem cerca de 10 homens, armados até os dentes. Apontam as armas para o carro e gritam para todos saírem.

Minha tia e o rapaz saem do carro, de mãos para o alto. O bolo fica. Os bandidos, mexem e remexem, gritam entre si, discutindo... mas sempre apontando as armas pra minha tia e para o rapaz (mas não para o bolo). Mais discussão, gritos e os bandidos anunciam que vão levar o carro.

Minha tia se desespera: é a festa das crianças e o bolo vai ser roubado. Preocupadíssima com essa situação, ELA RESOLVEU NEGOCIAR COM OS BANDIDOS PARA ELES, PELO MENOS, DEIXAREM O BOLO!

Pediu, implorou, com as mãozinhas juntas como em oração, olhinhos revirando, que os bandidos levassem tudo, exceto o bolo. Eles se entreolharam, discutiram, gritaram, se estapearam e, por fim, falaram pra pobre velhinha: "aê, minha tia, pegao bolo logo que a gente qué vazá"!

E partiram, deixando o rapaz e minha tia, em plena Av. Brasil, às 16h, com o sol a pino, sem carro, sem celular, sem dinheiro e com um bolo, com ambos pensando: "isso só acontece comigo"!

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