sexta-feira, maio 30, 2003

Hoje, vamos voltar ao que eu faço de melhor: CAIR!

Na verdade, esse é um post específico sobre "cair de cabeça no chão". Já tive vários acidentes com a cabeça (se bem que nada supera a FBI Special Agent Dana Scully de "The X Files"), mas, como me dizem sempre, não era grande problema se eu morresse ou ficasse (mais) lesado... Pois bem, hoje eu queria relatar alguns dos meus tombos que resultaram em muita, mas MUITA dor de cabeça.

Não preciso dizer que sou um pouco estabanado... que eu vivo caindo, tropeçando, derrubando coisas. Pois bem, que eu me lembre, a minha primeira grande e dolorosa queda de cabeça no chão foi quando eu tinha uns seis anos e uma bicicletinha Caloi com rodinhas. Fui tomar impulso pra subir na bicicleta. Subi de um lado e caí de outro. Ou seja, quando levantei a perna e comecei a me ajeitar no selim da bicicleta, por algum motivo desconhecido, me desequilibrei e cai pro lado, batendo a minha pobre e avantajada cabecinha no chão. Me lembro menos da situação e bem mais da sensação estranha de ver o mundo daquela perspectiva, de não entender o que havia acontecido. E fiquei lá, com a cabeça doendo e estirado no chão. Doeu pra cacete, mas o médico disse que não foi nada, que é normal criança cair etc.

Pois bem, quando eu tinha uns 10 anos, estava na 4ª série e era um dos campeões de "queimado" da escola (a minha dupla - eu e a Maria Teresa - era imbatível, terminamos o ano invictos). Numa das partidas de queimado, enquanto eu - sozinho no meu time - desviava de uma bola, perdi o equilíbrio e caí pra trás, com a cabeça no chão. Eu não consegui levantar, tinha ficado estirado e estarrecido ao mesmo tempo. As pessoas correram em minha direção e se aglomeraram em torno de mim, esperando alguma reação, com aquelas caras assustadas. Tudo me parecia muito irreal, exceto a dor absurda que eu sentia... Uma das moças da secretaria da escola viu o momento terno de amor e atração que o chão exerceu sobre a minha pessoa; ela veio correndo, afastou os "passantes" e me levou pra enfermaria. Depois, quando fui ao hospital, o médico disse que não foi nada, que é normal criança cair etc.

Meu terceiro "tombo de cabeça" mais marcante foi aos 13 anos. Era verão, estávamos na casa da minha avó. No quintal, havia dois pequenos canteiro onde existia uma árvore em cada, separados por uma distância de cerca de 2 metros. A primeira árvore foi derrubada e o canteiro foi cimentado, para dar lugar ao nosso carro... Eu estava no meio de um cruel e mortal duelo de peteca com meu irmão mais novo quando, de repente - e não mais que de repente - eu pisei em falso nesse canteirinho cimentado e caí...

Foi a queda mais sensacional da minha vida, porque eu fui andando para trás, tentando me equilibrar, sacudindo meus braços como uma formiga frenética... andei tanto nesse fenesi de semi-(des)equilíbrio que foi cair de costas, batendo com a cabeça na borda do canteiro... uma queda em câmera lenta. Acho que foi a primeira vez que caí e me dei conta da perspectiva se alterando durante o caminho...

Ah, tá, doeu muito, até tive um corte (que, graças a Deus, não precisou de pontos - só a idéia de levar pontos me dá calafrios) mas, como não podia deixar de ser, o médico disse que não foi nada, que é normal criança cair etc.

Talvez seja por causa dessas quedas que eu seja tão lesado. Isso só acontece comigo! :P

quarta-feira, maio 28, 2003

Oi, pessoas!

Bom, estava pensando em fazer algo diferente... A partir de agora, no meio da semana, se não acontecer algo que me impeça, vai haver um "Momento (Revista) Capricho" nesse blog, ou seja, vou tentar postar algum teste (que seja legal) aqui, ok?

E o "Momento Capricho" de hoje traz um teste que eu achei no blog da Mari, o "Eu amo os sapinhos":

- Qual Protozoário você é?

eu sou legal, e você?
Que protozoário você é?



Inteligente e decidido, você aprecia a companhia certa, mas não depende disso. Não posa de nada e sabe exatamente a hora de ficar na sua e a de se impôr. Além do seu forte espírito de independência, quem pode saber o que se passa na sua cabeça?



Fiz e recomendo! :P

segunda-feira, maio 26, 2003

Bom, pra isso aqui não ficar muito "parado", resolvi inaugurar uma seção nova de coisas estranhas...

Então, às segundas ou terças-feiras, estarei postando neste espaço bloguístico a seção "Eu não mereço isso", com coisas que nem eu nem ninguém merece presenciar mas que, volta e meia, acontecem.

Tem coisas que a gente vê, ouve, faz ou "sofre", ou que simplesmente acontecem e a gente fica sabendo... e são coisas que a gente não queria (nem merecia) ver, ouvir, fazer, "sofrer" ou saber que aconteceram.

É dessas coisas que você pensa logo "eu não mereço" ver isso...

Pois bem, anteontem, ao voltar do supermercado, com sacolas pesadas, me arrastando pelas ruas, por volta das 12h, passa em plena rua Voluntários da Pátria um carro COM SOM A TODA, tocando FUNK. Pra piorar a situação, algumas pessoas na rua, como que possuídas por alguma força, começaram a se requebrar ao som do funk-farofa. E justamente quando eu estou me arrastando pra casa, o sinal fecha, o carro pára e eu tenho que passar perto dele DE NOVO... e desviando dos eventuais dançarinos desvairados na calçada!

Ah, pelo amor de Deus, eu não mereço isso...

sexta-feira, maio 23, 2003

Putzgrila! Isso vai ou não vai terminar?

Com vocês, o último e derradeiro capítulo final dessa maravilhosa história pop-cult-farofa:

A SAGA MALDITA DO HD
Capítulo 5
Maio


Todos os dias o Osmar falava que ia mandar o fax e não mandava. Então falei para ele que me dissesse pelo menos o número do sedex que eu iria rastrear. No dia 02/05 ele me disse o número e fui aos correios. A atendente disse que eu mesmo poderia fazer isso pela Internet e pediu pra ver o número só de curiosidade. Como eu já esperava, o número que o bonitão tinha me passado não era número de sedex.
Xandreco:- Osmar, esse número não é de sedex.
Osmar: - Pô cara, mas é esse número que ta aqui no papel.
Xandreco:- O pessoal do correio disse que esse número não é de sedex. E mesmo que fosse, sedex não demora tanto tempo pra chegar assim, ainda mais de Niterói pra cá.
Osmar: - Não cara, não foi sedex, foi encomenda normal. Sedex é muito caro. Eu é que tenho mania de falar sedex pra tudo que eu envio pelos correios.

Naquela hora senti que, se ele ainda não tinha perdido meu HD, tinha acabado de perder mandando como encomenda normal. Pedi o fax assim mesmo, mas sabia que não ia servir pra nada.
Na segunda (05/05) liguei pedindo o fax e ele me disse que não enviou porque a encomenda tinha voltado porque o endereço estava errado e me pediu o endereço certo. Não dei o endereço e disse que ele tinha que vir me entregar. Ele insistiu para eu ir pegar na casa dela, mas não aceitei de jeito nenhum.
Osmar: - Pô cara, eu vou estar no centro do Rio na sexta na hora do almoço, só se você pegar lá comigo.

Combinamos no metrô da Uruguaiana e na sexta (09/05) antes de sair liguei pra confirmar.
Osmar: - Pô cara, segura aí que eu ainda estou na Barra. Que horas você sai hoje?
Xandreco:- Nem vem Osmar, você marcou hoje na hora do almoço comigo.
Osmar: - Mas eu vou chegar lá pelas 13:30 então.
Xandreco:- Então eu vou estar lá as 13:30.
Osmar: - Mas eu não sei se vou estar lá.
Xandreco:- Vai estar sim, se você marcar 13:30 comigo, você tem que estar lá 13:30.
Osmar: - Faz o seguinte: quando você chegar lá me liga que se eu não estiver lá estarei chegando. Vamos marcar no metrô da Carioca.

Exatamente às 13:30 estava eu no metrô da Carioca. Fiquei plantado lá esperando a hora de encontrar com ele. Não tinha certeza da minha reação, mas como sei que sou um cara calmo, sabia que nada catastrófico iria acontecer. A não ser que ele me desse alguma notícia tipo: “pô cara, perdi seu HD em janeiro”.
Quando foi 13:52 ele apareceu com perguntou sorrindo:
Osmar: - Demorei muito?
Xandreco:- Só 4 meses.
Osmar: - Pô, foi mal. Mas aqui está ele.
Na hora vi que não era meu HD. Quando fui pegar ele não largou e disse:
Osmar: - Como eu te disse o seu HD estava condenado e eu passei tudo que você tinha pra esse outro aqui. Ele é 3 gigas menor que o seu, mas tá tudo aqui.
E não largou o Hd até que eu puxei e ele estendeu a mão pra mim. Achei melhor pegar porque não é bom ter inimizades com ninguém (penso sempre assim). Teve a cara de pau de dizer:
Osmar: - Se tiver algum problema liga pra mim.
Na boa, senti um alívio tão grande quando saí de lá, mas depois me veio uma dúvida: “porque ele estaria sendo tão bonzinho em me dar outro HD?”. No sábado quando fui testar tive a certeza: o HD nem ligava. Quase chorei na hora. O pessoal do meu ex-trabalho me disse que poderia ser placa lógica com defeito e que talvez eles tivessem outra pra trocar. Deixei com eles, mas mesmo que trocassem, ainda tinha a possibilidade de não ter nada no HD, ou ter outra coisa, ou então nem funcionar porque o problema era outro.
Na quinta a noite (15/05) ainda sem notícias do estado do meu HD, resolvi ligar para o bonitão só pra ver o que ele falaria.
Xandreco:- Osmar, o HD que você me deu não ta funcionando.
Osmar: - Pô, cara, como não? Você deve ter batido ele.
Xandreco:- Claro que não Osmar, você quem me deu um HD já bichado. O que você fez com o meu HD?
Osmar: - Ah, sei lá, nem lembro.
Xandreco:- Claro que lembra, você jogou fora, vendeu ou o que?
Osmar: - Sei lá, acho que jogamos fora.
Xandreco:- Você jogou fora o MEU HD? PQP.

Pra concluir, a gente pode pensar na pior hipótese ou na melhor situação. Deixo com vocês a decisão do final.

Final otimista:
Talvez o Osmar seja realmente um cara muito enrolado e eu não dei sorte de pegar o serviço dele num período bom, em que ele estava com uma maré de azar muito grande. Talvez ele tenha realmente gravado meus dados nesse outro HD e, num azar maior ainda, o HD estragou durante a minha viajem de volta pra casa.

Final pessimista:
Não sei em que ponto o Osmar perdeu o meu HD, mas não tinha como fugir de mim. Aí ele falava que sempre vinha e não vinha achando que eu iria desistir. Como não desisti, ele inventou a história dos correios. Como viu que eu não o deixaria em paz sem o comprovante, ele resolveu me dar um HD qualquer bichado só pra eu ficar quieto. E conseguiu!

Resumindo tudo: ISSO SÓ ACONTECE COMIGO.


(Þ)Então, tá! Às vezes a gente quer dar um crédito de confiança pras pessoas, para profissionais que estão começando etc. e acabam acontecendo coisas chatas como essa.

Bom, como o Andreh Help On Line (AHOL) serve pra isso, o telefone e o endereço do Osmar-dito ou Osmar-ligno são: Estrada Fazendinha, casa 1, Lote 1, Tribobó, (21) 3711-3904 ou (21) 9219-9810
Se, algum dia, vocês precisarem de reparos nos seus computadores, EVITEM notas de jornal com os dados acima. Só pode ligar se for pra passar trote.:P

quinta-feira, maio 22, 2003

No capítulo de ontem, o cruel Osmar prometera ao pobre e sofredor Alexandre que em breve ele poderia resgatar seu tão amado disco rígido... será que dessa vez o Xandreco consegue? Prestem atenção nestes momentos finais desta tragédia greco-brasileira:

A SAGA MALDITA DO HD
Capítulo 4
Abril


Na segunda-feira, 31/03, o Osmar me ligou dizendo que tinha que fazer um trabalho em Cachoeira e que ficaria por lá a semana toda e quando chegasse na quinta, 03/04, viria me entregar o HD. Disse também que eu poderia ir à casa dele em Alcântara pegar o HD. Liguei na quinta, ele ainda estava viajando e disse que chegaria na sexta. Na sexta, ele me ligou dizendo que não iria conseguir chegar e que na segunda, 07/04, ele viria. Não veio e disse que quarta viria. Na quarta, ele me ligou dizendo que estava enrolado e que o cara da entrega voltaria de férias e ele viria na segunda. Na segunda, 14/04, eu liguei pra ele e ele, todo amigo, me disse:
Osmar: - Cara, você deve estar achando que eu sou mau caráter, mas não sou não. Eu estou enrolado mesmo, tô com muitos clientes aqui na loja.
Xandreco:- Caramba, Osmar, mas eu sou um cliente seu, eu te paguei adiantado. Só quero meu HD, pombas.
Osmar: - Olha, você pode vir aqui em casa pegar se quiser.
Xandreco:- Nem vem com essa, pra vir pegar o dinheiro você veio rapidinho, pra entregar você enrola 3 meses?
Osmar: - Eu tô queimando meu filme com você, né? Então vamos fazer o seguinte: na quinta-feira depois da Páscoa eu vou aí bem cedo pra entregar pra você.

Mas como eu sei que essa história é velha não acreditei. Na quinta-feira, 24/04, ele me ligou (até que era cedo) pra dizer que tinha acabado de mandar o HD pelo Sedex aqui pro trabalho e que era só esperar. Fiquei mais preocupado ainda porque agora ele poderia dizer que mandou e que ele não era mais responsável pelo HD. Fui perguntar pro pessoal responsável pela correspondência aqui na empresa e eles me disseram que sedex estava demorando de 2 a 4 dias úteis pra chegar.

Na terça-feira, 29/04, nenhuma encomenda pra mim. Liguei e ele disse que tinha enviado realmente na quinta e que a encomenda não tinha voltado. Pedi que ele enviasse um fax do comprovante do correio e disse que no outro dia a tarde enviaria. Tava na cara que outra novela iria começar: eu ligando pra ele pra reclamar sobre o sedex e ele tirando o corpo fora que já tinha enviado...


(☺) E agora? Quem poderá nos ajudar? Que fim terá essa história? Não perca amanhã o último e derradeiro capítulo final dessa jornada!

quarta-feira, maio 21, 2003

No capítulo anterior, o "bonitão" do Osmar começou a ficar com medo de ter suas falcatruas expostas para a sua namorada e começou a atender os telefonemas de nosso herói(?) Xandreco... mas o HD mesmo, NADA! Vejamos o que acontece hoje no 3º capítulo de...

A SAGA MALDITA DO HD
Capítulo 3
Março


No dia 10/03, primeira segunda-feira depois do carnaval, liguei pro Osmar, mas o celular estava desligado. Mas, como já tinha combinado com ele, resolvi arriscar e me aventurei até Niterói e, pra minha surpresa, o endereço que ele havia me dado não existia. Liguei novamente e ele atendeu dizendo que estava viajando e que eu havia anotado o endereço errado. Disse também que tinha levado o HD para a casa dele porque tinha ficado com medo de deixá-lo na loja durante o carnaval. Como ele não sabia o dia que eu iria, não tinha deixado lá. Não sabia o cacete, a gente tinha combinado que seria logo depois do carnaval.

Marcamos na quarta, 12/03, e voltei lá, já com outro endereço. Era um prédio sinistro e ele me disse que era no primeiro andar, mas não sabia o número. Segundo ele, era só subir as escadas que não tinha como errar. Subi as escadas esperando encontrar uma loja de informática. Não tinha nada, só portas fechadas. A única porta aberta era da administração do condomínio. Liguei para o celular dele e um outro irmão, com uma voz de bêbado, atendeu dizendo que o Osmar tinha viajado e deixou o telefone com ele. Não sabia de nada, mas disse pra eu procurar o Ricardo no prédio e que o endereço estava certo.

Sem saber o que fazer, bati na primeira porta de frente pra escada (como ele tinha me dito) e uma mulher atendeu. Descrevendo a mulher: boazuda de biquíni de oncinha, com óleo no corpo todo, penas presas nas botas pretas e um outra colorida pendurada na cabeça.

Boazuda: - Pois não?
Xandreco: - Err... bem... eu... a gente... você... sabe onde tem uma loja de informática aqui?
Boazuda: - Meu querido, aqui ninguém trabalha com informática – respondeu com um risinho sarcástico.

Apareceu um cara na porta com uma cara de traficante e perguntou o que eu queria. Falei que estava procurando o Osmar e ele fechou a porta na minha cara sem responder. Fui então na sala da administração. “Se tiver alguma loja aqui eles devem saber” – pensei.

Tinha dois caras sentados: um bem arrumado e outro todo largadão, que parecia ser o segurança. Perguntei se eles conheciam algum Ricardo. Um olhou pra outro com cara de desconfiança e o segurança levantou da cadeira com a mão na cintura perguntando quem queria saber. Expliquei que um cara chamado Osmar tinha deixado uma peça de computador com um tal Ricardo e que eu tinha ido buscar. Daí o outro respondeu que se chamava Ricardo mas que não conhecia nenhum Osmar e não sabia de peça nenhuma. Disse que a sala do lado era de uma corretora de imóveis e que talvez fosse lá porque o cara também chamava Ricardo, mas que o cara tinha saído pra almoçar. Esse Ricardo da administração foi até legal porque ele tinha a chave da sala e abriu pra eu dar uma olhada, mas não tinha nada. O segurança me lembrou que no térreo tinha uma loja de informática e fui lá conferir.

Atendente: - Osmar? Não, nunca ouvi falar. A gente aqui só trabalha com monitores e impressoras.

Voltei a ligar pro irmão dele, que me disse que o endereço tava certo, que não tinha o que fazer por mim e que era pra eu conversar com o Osmar.

Na quinta, 13/03, liguei pro "bonitão" e soltei os cachorros. Ele disse que eu desencontrei com o tal Ricardo porque ele tinha saído pra almoçar e etc. E a novela recomeçou, todo dia ele marcando comigo e todo dia ele não acabava não indo. Na sexta, 21/03, ele me disse que estava cheio de compromissos durante a semana e que se eu pudesse pegar no sábado com ele seria melhor. Marcamos, então, no sábado, em Niterói, ao meio-dia.
“Não tem como não ir agora: é no sábado, na cidade dele, na hora que ele marcou” – pensei.

O meu amigo Gustavo, que mora em Niterói, foi pegar o HD pra mim. Ao meio-dia o Gustavo estava lá. Ele ligou pro Osmar e o "bonitão" falou que estava a caminho. Muito tempo depois, ligou de novo e disse que estava chegando lá. Quando deu 13h30, o Gustavo desistiu de esperar e foi embora. Liguei na mesma hora pra casa da noiva do Osmar, que não estava em casa. Nem sei quem atendeu, acho que era o pai dela, sei lá, mas falei com ele mesmo o que estava acontecendo e ele ficou de falar com o Osmar. Não sei se falou ou o que falou, só sei que na segunda, 24/03, o Osmar me ligou dizendo que tudo foi um mal entendido, que o problema é que ele estava muito atolado com os afazeres dele. Eu perguntei se ele tinha dado um sumiço no HD, se ele tinha estragado de vez ou perdido. Ele me explicou que a loja em Tribobó é na casa dele e que o cara que trabalha com ele fazendo entregas estava de férias, por isso ele estava tão atolado. Disse que a loja em Niterói era do amigo dele, e que ele combinou com o amigo de deixar o HD lá, mas o amigo esqueceu em casa e ainda tinha saído pra almoçar naquela hora. O furo de sábado foi que ele combinou com o irmão para levar o HD para o Gustavo, mas o irmão esqueceu. Complicado, não?

Aí ele ficou de vir na quarta pessoalmente entregar. Na quarta ele não veio, mas ligou avisando e marcou na quinta à tarde. Também não veio e ligou avisando que estava mal, com os olhos inchados e lacrimejando dizendo achar que estava com conjuntivite, mas que, se melhorasse, iria na sexta. Acho que tudo isso foi medo de eu ligar pra casa da noiva de novo, então ele passou a conversar comigo no telefone, vê que cara de pau. Eu não tinha a menor vontade de conversar com ele, então quando liguei na sexta só perguntei:

Xandreco: - Osmar? E aí, como fica?
Tava perguntando como ficava o caso do HD, claro. Sabe o que o infeliz me disse?
Osmar: - Pô cara, tô bem melhor, obrigado. Eu fui ao médico e ele disse que é só irritação por causa de poeira porque eu tava mexendo com algumas placas velhas e sujas e blá blá blá...
Acho que ele pensou que agora éramos amigos, vê se pode!
Xandreco: - Então você vem ou não?
Osmar:- Pô cara, eu ainda to na cama porque não to 100%, mas na semana que vem sem falta. Pode ficar tranqüilo que você vai ter seu HD...

(¤) E agora, será que o Alexandre finalmente consegue seu precioso HD? Aguardem, amanhã temos mais história...

terça-feira, maio 20, 2003

Dando prosseguimento à epopéia iniciada ontem nesse blog...

A SAGA MALDITA DO HD
Capítulo 2
Fevereiro


Na semana seguinte, no dia 03/02, o celular do Osmar só caía na caixa postal. Resolvi ligar para a loja que eu tinha ligado na primeira vez e ninguém atendia ao telefone. No dia 05/02, finalmente, alguém atendeu o celular dele e disse que o Osmar não estava ficando com o telefone porque este pertencia à loja, estava com problemas e que, por isso, o celular estava na loja e sempre ocupado. Deixei recado pra ele me ligar, mas isso nunca aconteceu. Mesmo assim passei a semana toda ligando e ninguém mais me atendeu.

Na semana seguinte, 10/02, meu amigo Gustavo ligou do telefone dele e um cara chamado Anselmo, que dizia ser irmão do Osmar, atendeu e disse que o Osmar não estava indo trabalhar porque tinha se acidentado e não estava pegando serviço nenhum. Pensei:

“Tomara que não tenha se acidentado com meu HD nas mãos”.

Deixamos recado para o Osmar ligar, mas ele não ligou. Isso durou a semana toda. No final de semana alguém atendeu o celular e deixei recado. Quando eu disse que o Osmar estava vacilando comigo, o cara deu um suspiro e falou:
Cara: - "Osmar, Osmar, nunca muda”.
Comecei a ficar realmente preocupado.

Na outra semana, dia 17/02, liguei para a loja e pra minha surpresa uma mulher atendeu. Perguntei sobre o Osmar e ela disse que ele não estava. Falei que tinha que pegar um material com o Osmar e pedi o endereço da casa dele e ela me deu (vê que mala). Lá em Tribobó, longe pra caramba, iria perder metade do dia pra ir até lá e correr o risco de não encontrar o Osmar, então achei melhor não ir lá. Falei com ela que precisava falar com o Osmar URGENTE.

À noite, liguei para a casa da noiva dele e não é que ele estava lá! Ele falava baixo, como quem não quer espalhar a notícia e disse que iria me entregar o HD no outro dia. Desde esse dia, então, ele passou a atender meus telefonemas. Acho que ficou com medo de eu falar com a noiva ou coisa do gênero. Todos os dias ele marcava comigo e todos os dias ele furava. O pior é que ele não avisava que não vinha, eu ligava tarde pra ele, aí que ele falava que não daria tempo e viria no outro dia.

No dia 26/02 ele marcou comigo e eu ligava pra ele de uma em uma hora pra saber se ele viria. Já eram 20:00 quando liguei e ele disse que estava saindo da faculdade no centro da cidade e passaria no meu trabalho (em Botafogo) pra me entregar o HD. Quando foi 20:40 eu liguei pro celular dele e estava desligado. Tava na cara que ele não viria mais, então fui pra casa e liguei pra noiva dele. Não é que o bonitão estava lá! Ele nem tentou se desculpar e disse que estava muito ocupado durante a semana e pra vir até Botafogo estava muito complicado. Então marcamos que depois do carnaval eu iria até Niterói pegar o HD. Disse ainda que o HD estava com algum problema que, mesmo arrumando, o problema iria voltar. E disse o mané:

Osmar:: - Deve ser os tipos de arquivos que você grava!

Caramba! Isso não tem nada a ver! É a mesma coisa que eu falar que sua fita de vídeo estraga mais rápido porque você só grava filmes de comédia. Aí ele perguntou se eu não queria que ele comprasse outro HD, que ele faria a transferência dos dados somente por mais R$ 60,00. É claro que não aceitei.

(ð) E a saga continua amanhã! Não percam nossos próximos capítulos!

segunda-feira, maio 19, 2003

Pessoas, essa semana vou fazer algo inédito nesse blog... vou contar uma história em capítulos.

É a colaboração do amigo Alexandre de Oliveira, colega de trabalho que, certa vez, caminhando distraidamente na rua após seu feliz almoço, patinou num cocô de cachorro e teve que viajar pra Volta Redonda parcamente limpo... mas, dessa vez, não iremos falar disso! Você, caríssimo leitor, vai ler uma história de paixão, aventura, desespero, dor, lágrimas, revoltas e... um DISCO RÍGIDO! :P

Caro Alexandre, tomei a liberdade de chamar seu sofrimento aqui relatado de "A SAGA MALDITA DO HD". Divirtam-se:

A SAGA MALDITA DO HD
Capítulo 1


Essa triste história verídica é intitulada “Alexandre e seu HD” e durou alguns meses, por isso vou dividir em meses para melhor entendimento.

Janeiro
Era uma vez um HD que funcionava feliz no meu computador já alguns anos sem dar nenhum problema. No dia 13 de janeiro, segunda-feira, o referido HD começou a fazer alguns barulhos estranhos e eu sabia que ele não duraria mais muito tempo. Não era a primeira vez que um HD meu dava problema (e com certeza não foi o último), então sabendo que iria perder todos meus dados, resolvi procurar alguém ou alguma firma para tentar consertá-lo.

Na terça-feira, procurando na internet, vi que as firmas cobravam verdadeiras fábulas para arrumar HDs com defeito. Meu amigo Germano viu um anúncio no jornal sobre “conserto de HDs” e liguei pra saber como era o esquema. O cara me disse que quem fazia isso era o Osmar e me deu o número do celular dele, porque o Osmar nunca ficava na loja e fazia isso por conta própria. Liguei e o Osmar disse que se o problema fosse motor ele trocaria por outro e que cobrava apenas R$ 25,00. O novo motor era R$ 40,00 e eu poderia comprar e entregar a ele ou então ele mesmo compraria. Falei com o Germano, todo feliz:

Alexandre: - Pô, beleza, consertar um HD por R$ 65,00 tá ótimo.
Germano: - Mas você acha que deve confiar?
Alexandre: - Ah, a gente tem que dar um voto de confiança nas pessoas.
Essa foi minha primeira burrice...

Na quarta-feira liguei de volta e confirmei o serviço e o Osmar passou no meu trabalho na quinta e pegou o HD e só paguei o valor do motor.

Osmar: - Tá show, na terça (21/01) eu te ligo.
Não ligou. Então liguei e ele me disse que teve que trocar também um disco que ficara arranhado e que custaria mais R$ 45,00. De tarde ele apareceu, me entregou, e paguei pelo serviço.
Esse foi meu segundo erro...

Osmar: - Seu HD tá show de novo!

Cheguei em casa e não sei porque não quis ligar de imediato o computador. Assisti televisão, comi alguma coisa, fiz qualquer outra coisa, mas não queria ligar o computador, algo me dizia que eu iria me aborrecer. Não deu outra: quando liguei, o HD estava do mesmo jeito, com os mesmos barulhos e o mesmo problema. No outro dia liguei para o Osmar e ele disse que era estranho, que tinha testado e estava legal, mas que iria de qualquer forma pegar o HD novamente.

Na quinta, 23/01, ele veio e levou o HD (esse foi meu terceiro e MAIOR erro).

Osmar: - Tá show, me liga na segunda.

Segunda, 27/01, liguei para o dito cujo mas ninguém atendia. Achei estranho. Resolvi ligar de um outro número e peguei o celular do meu amigo Alessandro pra fazer a ligação. Um cara atendeu dizendo ser o irmão do Osmar e disse-me que ele teve que viajar a serviço e só voltaria na quinta. Na quinta liguei e ele ainda não tinha voltado. Sexta liguei e nada ainda.

(¢) Momentos de tensão: será que o pobre Alexandre consegue recuperar seu tão precioso HD? Fique ligado nos nosso próximos capítulos... Amanhã tem MAIS!!!

domingo, maio 18, 2003

Esse teste foi ótimo e me surpreendeu:

- Qual clipe da Madonna você é?


 


Sua vida tem como pontos principais a DIVERSÃO e as suas amizades. Você é uma pessoa estilosa, não se prende a padrões e lugares-comuns. Sorridente, alegre e muito expansiva, é o tipo de pessoa que todos adoram estar próximos. Dá-lhe!




E você, qual personagem de um video da Madonna você é?



Ok, ok! Belezinha, beleza! Peguem a versão dessa "Music" com a Adriana Calcanhoto, que também é muito boa (e engraçada)!

Pra quem gosta de Madonna, há um fã-clube muito legal que divulga notícias, tem listas de discussão e classificados editados pela minha grande amiga Sabrina Lima (oi, Sal!). Basta acessar o Madonna Insane.

sábado, maio 17, 2003

Bom, pessoas, como determinadas coisas chatas acontecem conosco, daquelas que não se pode controlar e se pensa "isso só acontece comigo", estou postando o meu sagrado texto das sextas-feiras apenas hoje, sábado...

Seguintes: a internet do meu local de "trabalho" resolveu ficar mais lenta que tartaruga aposentada e não acessava alguns sites. Fiquei sem ver e-mail e, sobretudo (e mais importante), não pude postar ontem. Mas hoje, abusando da internet da amiguinha Marcia Cossatis (oi, Marcita!), tou conseguindo deliciá-los com mais uma de minhas histórias louquíssimas!

:P

sexta-feira, maio 16, 2003

Só pra situar vocês, leitores, um pouquinho mais no meu universo infantil, eu comentei no post de duas semanas atrás (02/05/2003) que, quando criança, tínhamos uma brincadeira que se chamava AVENTURA.

Pois bem, AVENTURA nada mais era do que eu, o Rodrigo Ferreira e o Ângelo (só tinha um, então nem me lembro do sobrenome dele) ficarmos nos "aventurando" pelos "perigos" que a escola e a Tratoria Oggi nos ofereciam. Era uma espécie de "siga-o-mestre", e o mestre era quase sempre o Rodrigo. Nós sempre tínhamos uma história onde os tres éramos os heróis e iríamos salvar o mundo e, à medida que íamos brincando, a história ia sendo construída.

Pra salvarmos o mundo do vilão (que podia ser desde um gato perdido, a diretora da escola - uma freira! Absurdo! - até o prórprio demônio em carne, osso e malvadeza), tínhamos que superar uma série de obstáculos. E absolutamente TUDO na escola poderia ser transformado num obstáculo intransponível na hora do recreio. Por mais divertido que fosse brincar na Tratoria, nada era mais excitante e alimentador das nossas férteis cabecinhas (cheias de "adubo orgânico", inclusive) nem oferecia tantas possibilidades de brincadeira de AVENTURA quanto a nossa escola.

Então, por conta disso, vivíamos pendurados em grades de janelas (ou das masmorras), pulando de arquibancadas (altos paredões rochosos), rastejando na grama (ou nas trincheiras), saltando canteiros ou mesmo correndo desesperadamente até ficarmos com meio palmo de língua pra fora da boca (o que, no meu caso, não era tão difícil, já que eu era muito gordo).

Nem preciso dizer que isso me rendeu vários tombos, escoriações e machucados... Os mais marcantes foram:

(#) Pendurados, quando passávamos das grades de uma janela para as grades de outra janela, o Rodrigo passou, o Ângelo passou e eu... eu CAÍ! De bunda no chão! Fiquei todo dolorido e com muita raiva porque, como eu caí, eu tinha "morrido" e não podia mais brincar.

($) Quando fugíamos correndo desesperadamente de um demônio-caçador-de-criancinhas (que era, na verdade, a inspetora dos alunos), eu fui fazer uma curva no final da quadra de esportes, escorreguei e caí... eu ralei meus dois joelhos tã profundamente que mal conseguia andar. E, é claro, eu "morri" e não podia mais continuar na brincadeira.

(&) Certa vez, ao pularmos um canteiro, calculei mal a força do salto e caí no meio das plantas. Quando me levantei, havia folhagem em vários cantos da minha pobre pessoa. E, como alérgico que sou, tive uma coceiras louquíssimas por causa do mato onde eu caí.

Pois é, isso só acontece comigo...

quarta-feira, maio 14, 2003

"Sex and the city" é uma das minhas grandes paixões. Fiquei conhecendo essa série maravilhosa através da minha amiga Sylvia Paes (oi, Xuxu!), quando era exibida pelo canal HBO, lá pelos idos de 1999. Fiquei apaixonado pela narrativa e pelos temas. Trata-se da vida de 4 mulheres solteiras, na casa dos 30 anos, em Manhattan, tentando tocar pra frente seus realcionamentos, carreiras e mantendo-se lindas. É engraçado perceber que as situações retratadas, mesmo que caricatas, são um espelho do cotidiano. Daí, por causa do meu amigo Ralph Mansur (falaê!), acabei por fazer o teste: "Quem é você em ´Sex and the City´?", me diverti com o resultado. Aliás, os resultados estão abaixo... quem adivinhar qual é o meu ganha uma batata-baroa! :P











sexta-feira, maio 09, 2003

Bom, pessoas, hoje a preguiça tá muito f*da... Ainda mais porque está aliada a uma quantidade monstruosa de serviços pra fazer!

Entonces, vou apenas contar uma pequena historinha... Assim que voltei de Cabo Frio, depois do feriadão Semana Santa + Tiradentes + São Jorge, minha amiga Rê (oi, lindinha!) me ligou chamando pra irmos no "Outback" comer quilômetros de comida. E, é claro, eu aceitei.

O problema: eu havbia acabado de chegar de viagem e tinha APENAS 30 míseros minutos pra tomar banho, achar uma roupa, desfazer as malas e ficar pronto pra encontrar a Rê e a Letícia. Eu tinha que estar , no mínimo, apresentável, porque A MÃE DA RÊ ia junto conosco! E a mãe da Rê é meio, digamos, severa...

E, na pressa de fazer tudo-ao-mesmo-tempo-agora, fui jogar um pedaço de papel na lixeira da área de serviço... Eu, da cozinha, apenas me apoiei na porta da área pra jogar o papel na lixeira... na volta, BATI COM A CABEÇA NO BATENTE DA PORTA!

Daí, me joguei na poltrona com rios de gelo na minha testa. Em 5 minutos, o pessoal chegou, eu desci e lá fui eu pro Outback com um galo tão grande na testa que parecia uma águia!

E, lá no Outback, como eu sou meio paranóico, fiquei achando que todo mundo estava reparando... definitivamente, isso só acontece comigo!

quinta-feira, maio 08, 2003

Momento patetinha do dia:

Fui ligar pro meu amigo Ralph e bati com o telefone na minha cara... resultado: MANCHA ROXA!

Que feliz, não?

quarta-feira, maio 07, 2003

Hoje é um dia especial: estou inaugurando a primeira participação "estrangeira" neste blog. Ou seja, estou colocando uma história que NÃO aconteceu comigo, mas sim com outras pessoa!

Gustavo Dumas é escritor e traficante de poesias. É, como eu, um desviado de função, isto é, trabalho com informática mas tem uma formação completamente diversa. Edita periodicamente a revista virtual BalbuCios (que eu recomendo e - confesso - devo uma contribuição). Sua escrita tem uma fluidez impressionante que, inclusive, não compromete em nada o senso crítico e muito menos deixa seu texto raso. Com vocês, Gustavo Dumas:

A doce alegria de uma tristeza
Por Gustavo Dumas

Há sim, impossível que não haja alguma explicação para o fato de eu cismar e teimar em escrever nas horas mais inapropriadas. Tipo: de pé no ônibus lotado; falando ao telefone com algum ser pegajoso, daqueles que dispensam interlocutores para tagarelar obviedades; andando na rua (o que me faz às vezes falar, dizem, sozinho, do que discordo; estou é representando um diálogo interno riquíssimo, em que atuam personalidades as mais diversas: as pessoas que me habitam e que me fazem vez por outra destrambelhar um tantinho...). Espero que isso não seja um sintoma de demência irreversível. Este texto, esta croniqueta: começo a escrevê-la pelado. Sim, estou nu. Ia entrar no banho quando... Vou voltar um pouco. Estava ouvindo a Clara Nunes entoar “Minha Festa”, de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito. Belíssima música, grande cantora, ótimo arranjo. Tudo muito triste, devem achar os jovens globalizadinhos de hoje. (Podem me prender. Podem me bater. Para mim sempre existiram os globalizadinhos. É de autoria de globalizadinhos, por exemplo, grande parte de nossa literatura. Alencar, por exemplo, era globalizadinho.Os parnasos todos eram. Os realistas, boa safra de românticos, etc. Melhor parar por aqui.) Triste pra mim é a maioria não ser mais capaz de sentir a “alegria de uma tristeza”!

Estou nu, prestes a entrar no banho, enrolado numa toalha velha, algodão enfiado no ouvido direito que se recupera de uma otite média mas penso, enquanto ouço a música do Nelson, e me delicio com sua melodia muito inspirada e bem executada nesta gravação. Entro no banheiro. Me dá na telha de escrever, ali, naquele momento, e desenvolver uma pergunta que acabava de me vir à mente, numa hora imprópria: Será que só existe beleza efusiva, beleza alegre? Será que a alegria é sempre bela? Por outra: Será que perdemos aquele sentimento bonito que era uma tristeza cheia de esperança, aquela melancolia lírica e honesta que nossa arte tanto expressou? Ou será que... Bem, me lembro então do Arnaldo Jabor, que costuma dizer: “A tristeza não é comercial”. Vou voltar mais um pouco.

É carnaval. Aliás, é pré-carnaval. A cidade, entretanto, começa já a transpirar um carnaval que ainda é hipotético, visto que o Bush é o atual Presidente do Mundo. Falta uma semana, exatamente. Tudo bem, eu aceito o argumento, claro que haverá carnaval, podes crer, e um carnaval longo, se esticando para a outra semana até. Contando bailes pré, pós e o carnaval propriamente dito, lá se vai em média um mês de “folia”. Haja alegria, hein! Acabo de voltar da rua, suado, exausto dos barulhos deste sábado pré-carnavalesco. Há todo um movimento, uma agitação opressora nos corredores urbanos do Rio. Pois que volto desse clima; porém não fui a nenhum bloco. Driblei a vontade de alegria de minha namorada levando-a para assistir a dois filmes sobre um Rio que jaz no imaginário pretérito: “Bar Esperança - o último que fecha” e “Fulaninha”. Para mim, foi uma tremenda folia. (Será que estou velho?) Não pulei. Não peguei ninguém - como diriam meus amigos, adolescentes de alma, namorada não conta. Não consumi. Não enchi a cara. Perdões: me embriaguei sim, mas dos dois Rios que vi representados nos filmes. Deslocado no espaço-tempo, pude amar novamente minha cidade.

Volto do sol, da rua, do barulho, de um Rio que já desgosto e vou ao banho. Antes, vou ao CD que tem a Clara guerreira cantando a “Minha Festa”. Mais um Rio me vem, outro Rio remoto, um Rio do morro antigo, ao pé do ouvido. Sinto-me mais feliz aqui que acolá, entre estranhos; banhado de meu saudosismo, em meus intermináveis diálogos internos, navegando em águas passadas e artes eternas, mergulhado nas profundezas melancólicas do lirismo mais-carioca-impossível que só um samba-canção é capaz de conter, subo a montanha de meu Rio imaginário, que não segue trio elétrico nem aplaude o primeiro fanfarrão que aparece na mídia. Me ocorre uma certa tristeza, sim; tristeza boa que eu não trocaria por nenhuma farra, por nenhuma musiqueta pretensamente “alegre”. A alegria do Rio de hoje me dá, em regra, tristeza. E sua anacrônica melancolia só me traz felicidade. Ave Nelson Cavaquinho! Ave Guilherme de Brito!

E chega de bundalelê. Vai que chega alguém! Vou agora mesmo tomar meu banho. A Clara já canta outra música. Logo mais eu saio por aí. É carnaval, dentro de mim, apesar de tudo.


Esse texto também pode ser encontrado no Quadrado Imperfeito.

sexta-feira, maio 02, 2003

E já que eu retornei, meio a contragosto, ao asunto "TOMBOS", vou contar a história do meu primeiro tombo que foi grande e grave... Desses tombos que você sempre pensa: isso só acontece comigo!

Lá pelos idos de 1984, eu estava na primeira série do primeiro grau. Nessa época, meu melhor amigo era o Rodrigo Ferreira*. Nós passávamos muito tempo juntos desde a alfabetização e eu gostava bastante dele porque ele era divertido e traquinas (como dizia minha vó)! Nós aprontávamos muito, mas nossa amizade não se restringia à escola. Por ser muito, mas muuuuuuuuuuuuito travesso (desses que colocam fogo em lixeiras, que quebram vidraças, que fazem da vida dos pais um inferno), Rodrigo vivia de castigo. Então, era eu quem freqüentava a casa dele. Aliás, ele foi muito poucas vezes em minha casa.

Os pais de Rodrigo tinham um restaurante especializado em massas, a "Tratoria Oggi" (que infelizmente já não existe mais), e a casa deles era nos fundos do restaurante. O terreno do restaurante/casa era tão grande pegava as duas ruas paralelas do quarteirão. Ir na casa do Rodrigo era ótimo porque ele tinha váááários brinquedos, um quintal enorme nos fundos da casa e, no quintal da frente da Tratoria havia um parquinho, desses com escorregadores, balanços, gangorras...

Então, num fim de semana qualquer, eu havia ido passar o dia na casa do Rodrigo. Depois de aprontarmos muito dentro de casa, o severíssimo pai do Rodrigo nos botou pra correr. Fomos brincar no parquinho da Tratoria. Nós brincávamos muito de AVENTURA (que explicarei o que era numa outra ocasião - um mico absurdo e generalizado) por lá. Numa dessas, a gente começou a disputar quem usava o escorregador da maneira mais criativa. Escorregávamos de lado, de cabeça pra baixo, de barriga, de costas, parando. Até que eu tive a brilhante idéia de escorregar em pé...

Subi as escadas do escorregador com aquela confiança que os audazes atletas dos esportes radicais exibem em seus sorrisos meio amarelos pelo medo amenizado pela excitação. Eu era um deus dourado da audácia! Até o Rodrigo, o maior peralta da minha infância, me olhava com um misto de admiração e frustração pro não ser ele o autor e executor de tal idéia.

E fiquei em pé em cima do escorregador. E respirei profundamente. E escorreguei. Nos breves segundos que se seguiram pude apenas sentir meus pés deslizando sobre o escorregador, uma brisa na minha cara, a sensação de liberdade e o chão cheios de britas...

Sim, senhoras e senhores, quase no fim do percurso do topo ao fundo do escorregador eu CAÍ, de frente para um chão cheio de britas. Pra melhorar, caí em cima do meu braço direito e quebrei o pulso. A dor era alucinante, eu chorava muito. Para os pais do Rodrigo não ficarem sabendo e não colocá-lo de castigo ad infinitum, fomos ambos correndo pra casa da minha tia Nete**, que morava perto da Tratoria e ela tratou de nos levar para o hospital.

Foi a primeira vez (de uma série) que eu tive que engessar o braço.

Fiquei 3 semanas engessado, indo pra escola com o braço quebrado e sem poder escrever... só valeu a pena porque:

(») fiquei 3 semanas sem fazer educação física;

(Þ) fiquei sendo o centro das atenções por uma semana (é, a fama dura menos que a desgraça).

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* Detalhe: quando você é criança e estuda com vários crianças com nomes semelhantes, todas são chamadas por NOME E SOBRENOME. Como havia mais de um Rodrigo, ele era Rodrigo Ferreira. O outro era Rodrigo Amorim. Havia duas Déboras (a Cabral e a Simas), três Julianas (a Carvalho, a Lopes e a Messina). E, apesar de ter três Andrés (além de mim tinha o Luiz e o Martins) na minha turma, eu era o único que não era chamado por nome e sobrenome: era só André...

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** Minha tia Nete foi um anjo nas nossas vidas, mesmo no fim da sua própria, quando sofreu um pesado martírio. Era sempre pra casa dela que eu corria quando algo de muito errado acontecia. Foi pra lá que eu corri com meu irmão quando ele se machucou, foi pra lá que eu corri as várias vezes que eu me machuquei (inclusive me machuquei saindo de lá), foi pra lá que eu corri quando precisei me sentir muito amado depois de ter discutido com os pais do meu pai... Nesse dia do tombo, ela me fez muito carinho, fez compressas no meu braço e ME PREGOU UM PEDAÇO ENORME DE EMPLASTRO SABIÁ COM VIC VAPORUB no braço, pra dar firmeza e aliviar a dor. Ligou pra minha mãe e me levou pro hospital. Sempre com seu carinho intrínseco e característico. Onde quer que ela esteja, sei que estará sempre comigo, pois muito do que eu sou, devo a ela...