sexta-feira, maio 16, 2003

Só pra situar vocês, leitores, um pouquinho mais no meu universo infantil, eu comentei no post de duas semanas atrás (02/05/2003) que, quando criança, tínhamos uma brincadeira que se chamava AVENTURA.

Pois bem, AVENTURA nada mais era do que eu, o Rodrigo Ferreira e o Ângelo (só tinha um, então nem me lembro do sobrenome dele) ficarmos nos "aventurando" pelos "perigos" que a escola e a Tratoria Oggi nos ofereciam. Era uma espécie de "siga-o-mestre", e o mestre era quase sempre o Rodrigo. Nós sempre tínhamos uma história onde os tres éramos os heróis e iríamos salvar o mundo e, à medida que íamos brincando, a história ia sendo construída.

Pra salvarmos o mundo do vilão (que podia ser desde um gato perdido, a diretora da escola - uma freira! Absurdo! - até o prórprio demônio em carne, osso e malvadeza), tínhamos que superar uma série de obstáculos. E absolutamente TUDO na escola poderia ser transformado num obstáculo intransponível na hora do recreio. Por mais divertido que fosse brincar na Tratoria, nada era mais excitante e alimentador das nossas férteis cabecinhas (cheias de "adubo orgânico", inclusive) nem oferecia tantas possibilidades de brincadeira de AVENTURA quanto a nossa escola.

Então, por conta disso, vivíamos pendurados em grades de janelas (ou das masmorras), pulando de arquibancadas (altos paredões rochosos), rastejando na grama (ou nas trincheiras), saltando canteiros ou mesmo correndo desesperadamente até ficarmos com meio palmo de língua pra fora da boca (o que, no meu caso, não era tão difícil, já que eu era muito gordo).

Nem preciso dizer que isso me rendeu vários tombos, escoriações e machucados... Os mais marcantes foram:

(#) Pendurados, quando passávamos das grades de uma janela para as grades de outra janela, o Rodrigo passou, o Ângelo passou e eu... eu CAÍ! De bunda no chão! Fiquei todo dolorido e com muita raiva porque, como eu caí, eu tinha "morrido" e não podia mais brincar.

($) Quando fugíamos correndo desesperadamente de um demônio-caçador-de-criancinhas (que era, na verdade, a inspetora dos alunos), eu fui fazer uma curva no final da quadra de esportes, escorreguei e caí... eu ralei meus dois joelhos tã profundamente que mal conseguia andar. E, é claro, eu "morri" e não podia mais continuar na brincadeira.

(&) Certa vez, ao pularmos um canteiro, calculei mal a força do salto e caí no meio das plantas. Quando me levantei, havia folhagem em vários cantos da minha pobre pessoa. E, como alérgico que sou, tive uma coceiras louquíssimas por causa do mato onde eu caí.

Pois é, isso só acontece comigo...

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