domingo, dezembro 21, 2008

HARD CANDY
parte 01






Nas vésperas do Natal, resolvi contar minha saga pra conseguir ingressos pro show da Madonna. Quando foi anunciada a possibilidade de um show da diva no Brasil, comecei a juntar dinheiro, porque resolvi ir, nem que fosse no meio do Amapá! Confirmado o show para o dia 14/12, no Rio, fiquei acompanhando diariamente os esquemas de vendagens, os preços salgados etc.

Daí, fiquei sabendo que o pessoal assinante da Icon ia ter privilégio nas vendas dos ingressos, ou seja, os ingressos seriam disponibilizados para eles duas semanas antes. Fiquei puto, tentei achar alguim assinante da Icon, para suborná-lo, mas foi em vão. Me rendi à central telefônica da TimeForFun, a empresa resoponsável pelos ingressos. Devo dizer que comprar com eles foi, na verdade TimeForNOTfun: só estresse, desentendimento e desorganização. Fiquei horas pendurado no telefone e na internet, mas não consegui comprar nem uma mariola, que dirá um ingresso pro show da Madonna. O mesmo ocorreu quando fui tentar comprar ingresso pros shows agendados para São Paulo (18 e 20/12).

Eu já havia desistido de ir, quando uma amiga da Lelê me ofereceu o ingresso do namorado dela, que desistiu de ir. Topei na hora. Mais vale ver Madonna na pista lotada, sendo pisado e acotovelado, do que não ver, né? Foi só eu pagar o ingresso à menina que a Madonna abriu mais duas datas de show no Brasil.

Dessa vez, eu pensei que valeria a pena ficar endividado e fui pra fila do ingresso no Maracanã, com a minha amiga (e professora de madonnologia) Sabrina, para tentar conseguir um ingresso VIP. Passamos 32 horas acampados na fila, conhecemos um monte de gente, demos entrevistas, ganhei uma marca de sol no formato da minha camiseta (que perdurou por semanas no meu corpo) para, aos 7 minutos de venda de ingressos, descobrirmos que (1) os ingressos VIPs haviam acabado, especialmente porque (2) boa parte deles foi comprada por telefone e/ou destinada para distribuição para famosos etc. Eu diria que isso só acontece comigo, não fosse pela quantidade enorme de pessoas tão decepcionadas quanto eu, na fila do ingresso.

Acabei comprando um ingresso para as cadeiras centrais: não ia ficar perto do palco, mas já daria pra distinguir os traços da Madonna. Logo depois, a empresa TimeFor(NOT)Fun contactou a Sabrina e confirmou a compra que ela havia feito para a pista VIP de Sampa. E eu fiquei com vários abacaxis: tinha meu ingresso de pista do dia 14 para vender, tinha o ingresso de cadeira da Sabrina do dia 15 para vender e, pra piorar, tinha que retirar o ingresso VIP da Sabrina na Renner do Rio Sul.

Cheguei na loja no 4º dia de atendimento. A fila estava pequena, eu calculei que levaria 20 minutos no total para ser atendido e sair com o ingresso na mão. Era o que estava acontecendo com todo mundo, mas, é claro, comigo tinha que tudo dar errado: os ingressos de São Paulo estavam dando problema de impressão, tive que esperar, explicar minha situação 300 vezes, ficava indo ao guichê de 5 em 5 minutos, para ver se já haviam resolvido o problema com a central, depois deu problema com a identificação da Sabrina, em seguida o ingresso dela constava como já retirado. Enfim, o que era pra durar 20 minutos, me prendeu na Renner por 1h30. E ainda passei a maior vergonha porque, toda vez que eu tinha que levantar pra resolver o problema do ingresso, o pessoal do guichê gritava o nome do dono do ingresso: era bizarro o olhar das pessoas ao me ver correr esbaforido falando 'aqui, aqui' quando chamavam a 'dona Sabrina'. Definitivamente, ISSO só acontece comigo!

Nenhum comentário: