domingo, agosto 19, 2007

TUDO PARA FICAR COM ELE... O ESTÁGIO!
parte 1




Como meus queridos leitores sabem (ou deveriam saber), eu voltei a estudar. E o curso é uma espécie de licenciatura. Assim sendo, abarca uma exigência terrível: ESTÁGIO DE DOCÊNCIA. Sim, fofuras, eu tenho que estagiar ministrando aulas! De Sociologia! E nem é pouco tempo, não: são 340 horas/aula!

Vocês, como bons brasileiros que são e bons estudantes que foram (ou ainda são), devem saber que a Sociologia, dentro dessa sociedade capitalista selvagem regida pelo paradigma cartesiano, é uma disciplina considerada de pouca utilidade. Somente há alguns anos é que se tornou disciplina obrigatória das grades escolares, mesmo assim dividindo sua importância com a Filosofia. Com isso, não são muitas as escolas que têm em sua grade aulas de Sociologia. E, então, não é fácil achar um estágio nessa área. Porque, se não fosse assim, tudo seria belo e fácil, minha vida ia ser uma delícia e esse blog não existiria.

Daí que, em maio, uma moça muito simpática da FAETEC foi nos visitar em uma de nossas aulas para nos falar sobre oportunidades de estágio na rede pública de escolas de ensino médio e profissionalizante. Yay! Ficamos todos de butuca ligada, esperando começar as inscrições para o tal estágio, na FAETEC ou em qualquer outra escola.

Enfim, depois de mais de um mês de espera, começou o período de inscrição - e o princípio do meu martírio.

Reuni a papelada necessária e, no último dia, resolvi encarar o desafio de ir me inscrever na FAETEC, junto com Rejane Reis, minha companheira de classe (ou melhor, de TURMA, porque CLASSE nenhum de nós tem). Já começou mal porque a inscrição era na unidade da FAETEC em Quintino (zona norte do Rio, longe bagarái).

Como eu não sabia nem como chegava lá, fiquei dependendo de ir junto com a Rejane, o que me obrigou a pegar uma condução a mais: 30 minutos de metrô para a Tijuca (zona norte do Rio, que acha que é zona sul chique).

Saí do trabalho no horário do almoço, já com a intuição de que não iria voltar. Pra não atrasar muito a Rejane, resolvi não almoçar, deixando pra comer alguma coisa quando chegássemos na FAETEC de Quintino. Afinal, na minha cabeça inocente, eu levaria no máximo 1 hora pra chegar lá. Ledo engano, Leda Nagle.

Chegando na Tijuca, encontrei não só a Rejane, mas também uma chuvarada maldita. E eu sem guarda-chuva! Legal! Nos esprememos debaixo da sombrinha (inha! inha! ê! ê ê!) da Rejane e ficamos 20 minutos esperando o ônibus aparecer.

Entramos correndo no ônibus e levei séculos até conseguir tirar todas as moedas do meu bolso pra pagar a passagem. Conseguir sentar não foi uma tarefa fácil, mesmo com o ônibus quase vazio: a maioria dos lugares estava molhada de água da chuva, porque as pessoas desse país não têm noção de como se fecha a porra de uma janela de ônibus, sobretudo em dias de chuva.
No ônibus, conversávamos animadamente, porque a Rejane é uma pessoa engraçada, divertida mesmo. E nessa de papo-vai-e-papo-vem, a chuva ficou cada vez mais forte e, num dado momento, o ônibus deu uma freada brusca.

Resultado: toda a água que estava concentrada da pequena calha acima da janela resolveu escorrer com força. E, é claro, ela tinha que escorrer com fúria e força para dentro do ônibus, justamente pela pequena fresta de janela aberta AO MEU LADO! Isso só acontece comigo: cansado, com fome, com medo de trajeto, com frio e, ainda por cima, molhado!

(continua)

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