quinta-feira, março 27, 2003

Oi, pessoas!

Como nesta sexta-feira (28/03/2003) eu terei que viajar pra ir na formatura de uma grande amiga (oi, Marcele!), vou atualizar HOJE o blog com aquela que parece ser a minha última história de tombo...

Aliás, essa vem de reminiscências, da minha longínqua infância. Eu devia ter uns seis anos de idade. Eu e minha família ainda morávamos na casa onde hoje meu pai mora e onde funciona seu escritório.

Era uma casa comum, com dois quartos, mas tinha uma estrutura muito singular: depois da cozinha havia um cômodo imenso, que fazia as vezes de copa, de sala de jantar e de sala de TV. Na parte onde o cômodo funcionava como sala de TV havia uma estante embutida enorme, cheia coisas e, dentre elas, a TV (oh, que revelação!). Em frente à estante havia um cesto de vime também bem grande, cheio de revistas em quadrinho - a maioria da Turma da Mônica. Na verdade, nem sei se tudo era tão grande assim porque a visão que eu tenho dessas coisas todas é a de uma criança de seis anos...

O que sei é que eu adorava ver TV. Depois das minhas primas mais velhas, a TV era a minha babá predileta. Eu passava as manhãs grudado vendo Telecurso, TV Mulher e Balão Mágico. Quando eu voltava da escola, só tomava banho e/ou comia depois que acabava o Clube da Criança - olha que mãe legal que eu tinha! O restante da programação noturna não me interessava.

Um dos meus programas preferidos era o do Bozo. Ele, junto com Papai Papudo e Vovó Mafalda marcaram a minha infância...

E num dia comum, durante a semana, eu cheguei em casa, voltando da escola e pedi pra minha mãe, adulta e (na minha concepção de criança) bem grande, pra ligar a TV. Ela ligou e eu assistia ao Bozo tranqüilamente quando, às "cinco-e-sessenta", o Bozo se despediu de todos nós, telespectadores, e eu queria mudar de canal pra ver o Clube da Criança (acho que ia até umas 18h30, por isso dava pra pegar o restinho - desde cedo eu sabia "agendar" meus compromissos, sobretudo de acordo com meus interesses).

E como criança metida a independente, eu queria mudar de canal sozinho, mesmo a TV estando num patamar tão espetacularmente alto da estante embutida!

Subi no cesto de vime e, em pé em cima de Mônicas, Cebolinhas, Magalis, Cascões e companhia, tomei impulso e comecei o meu trabalho de escalada da estante rumo à TV. A adrenalina corria em profusão dentro de mim. Eu era um alpinista, um escalador, um aventureiro! Eu era o próprio Homem-Aranha!!

Quando alcancei meu objetivo, cometi meu fatal erro estratégico: pendurado na estante, cheguei ao topo e meti a mão do seletor de canais (lemBrem-se, eu tinha seis anos, as TVs ainda tinham seletor de canais e o controle remoto era um sonho distante)... e, é claro, a TV não suportou o meu peso... e caímos ambos, eu e a TV!

Por sorte, nós caímos no mundo das revistas em quadrinhos, ou seja, dentro do cesto de vime. As revistas amorteceram a nossa queda. Posso até dizer que a Turma da Mônica salvou a minha vida.

* Tem até "emoticon" pra Mônica, em agradecimento! --> ((:B *

O problema é que, mesmo amortecendo a queda, a TV caiu em cima do meu pé e arrebentou dois dedos meus. Perdi as unhas deles de tão machucados que eles ficaram. Só consigo lembrar da profusão de sangue e de minha mãe chegando desesperada pra me socorrer.

E a TV nunca mais foi a mesma... se bem que, mesmo depois disso, ela ainda sobreviveu mais 13 anos conosco!

O detalhe é que, quando ouviu o barulho de queda, a minha mãe saiu correndo pela casa procurando O MEU IRMÃO, porque essas coisas sempre acontecem com ele... Mas, olhando por esse aspecto de minha mãe ter saído procurando o meu irmão, eu penso que isso só acontece comigo!!

Nenhum comentário: