quinta-feira, abril 17, 2003

Eu admito publicamente neste blog que sou um viciado... em chocolates! Adoro!

Como bom católico, a Páscoa deveria soar aos meus ouvidos como uma festa cristã para celebrar a paixão de Cristo, refletir sobre Sua morte e comemorar a Sua ressurreição... mas a minha fixação na Páscoa é sempre o chocolate: minha mente fica povoada de ovos e mais ovos, de bombons, de barrinhas... ai, que tortura! :P

Hoje eu tenho duas histórias pra contar. A primeira é triste, foi uma injustiça que sofri. Mas a segunda é legal!

Quando eu era adolescente, fazia segundo grau técnico em Campos dos Goytacazes e morava numa pensão meio chulé mas muito legal (ainda bem que a dona da pensão não usa internet e não vai ler isso aqui)! O trajeto Cabo Frio - Campos nunca foi dos mais agradáveis e o ônibus sempre fazia uma parada de 20 minutos na rodoviária de Macaé. Lá, havia uma lojinha de doces muito legal, onde eu torrava rios de dinheiro em... CHOCOLATE!!

O problema: um dos garotos que morava lá na pensão tinha o péssimo costume de "se apropriar indevidamente" de alguns artigos da loja... E o dono da loja começou a desconfiar de mim...

E, no domingo seguinte ao domingo de Páscoa, eu estava voltando de Cabo Frio para Campos, o ônibus fez sua tradicional parada na rodoviária de Macaé e nós entramos na loja de doces. Fiz minhas compras normalmente e quando eu estava no caixa para pagar, vi o dono da loja fazer um sinal para um guarda que estava lá fora. O guarda ME PAROU e disse que queria me revistar. Pra completar o azar, meu irmão havia me dado uns 2 ou 3 bombons que ele não gostava... na pressa, eu os havia guardado no bolso e nem me lembrava mais deles quando fui comprar doces! Fui injustamente acusado de roubo. Na verdade, o comerciante queria apenas dar um susto no ladrãozinho, mas ele pegou o cara errado: EU, que, como de costume, estou no lugar errado e na hora errada!

E ainda tive que encarar as pessoas do ônibus me olhando como se eu fosse um canalha, um pária da sociedade, um garoto de 9 anos que ainda faz xixi na cama! E o pessoal da pensão ainda ficou me zoando porque eu levei a culpa no lugar do rapaz (que ficou eternamente agradecido por eu não tê-lo dedurado). Pelo menos tive o consolo de saber que o tal comerciante, que não deu ouvidos às minhas explicações, continuou a ser injustamente "furtado" pelo cara da pensão...

A história boa:
Em toda a minha vida, meu pai nunca havia me dado um ovo de Páscoa. Na verdade, em poucas vezes na minha vida eu ganhei um ovo de Páscoa (até porque, eu prefiro caixas de bombons). Mas meu pai me deixou verdadeiramente emocionado há dois anos atrás quando me deu um ovo Laka E-N-O-R-M-E! E não foi só isso: ele falou pra mim que estava me dando um ovo Laka porque sabia que eu preferia chocolate branco, que queria começar o novo milênio de forma diferente, que me amava muito vembora tivesse um jeito estranho de demonstrar...

Fiquei tão emocionado que passei dias sem coragem de abrir o ovo de Páscoa! Ele era meu troféu pessoal, a imagem do meu triunfo! Até que a vontade de comer o ovo foi maior que meu breve orgulho do meu pai.

E, claro, fiquei chateado porque, quando fui guardar meu ovo-Laka-gigante-troféu-e-prova-de-amor-do-papai, eu tropecei na cozinha e ele caiu da minha mão. Me veio aquela sensação esdrúxula de que isso só acontece comigo... Mas, mesmo todo quebrado, ele era um ícone!

P.S.: nessa Páscoa, eu escorreguei de novo na cozinha e o prato que estava na minha mão voou planou por dois metros e caiu em cima da pia, espatifando-se em milhares de caquinhos quadradinhos e sem pontas perfuro-cortantes. Cortesia da Duralex! :P

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