sexta-feira, fevereiro 21, 2003

Oi, pessoas!

Eu ia colocar uma outra história de tombos&quedas aqui hoje, afinal, elas acontecem com tanta freqüência que sempre há uma nova (ou mesmo uma velha) pra ser contada. Até mesmo porque ontem, quando eu voltava da Biblioteca Nacional, eu cheguei no meu prédio e caí na escadinha da entrada. Sim, eu CAÍ, fiquei de quatro na escada, com a cara a meio palmo dos degraus. Estou com uma marca comprobatória do tombo no meu braço que resvalou na parede...

Mas resolvi não contar hoje nenhuma história de tombo porque ontem, no metrô, me aconteceu algo muito estranho! É uma das coisas que te acontecem, você pára e pensa que já aconteceu tantas vezes e diz pra si mesmo: "isso só acontece comigo!"

Bem, eu estava na estação da Cinelândia, recém-saído da Biblioteca Nacional, esperando ansiosamente o carro do metrô que me levaria para o aconchego do meu lar... enquanto aguardava, um senhor de aparência muito estranha, com um olhar de maluco, parou do meu lado e ficou me observando. Mas me observando muito! Muito MESMO! Eu estava achando aquilo estranhíssimo, pensei que, de alguma forma, eu estava chamando muito a atenção. E o velho não parava de me olhar.

Na minha cabeça passaram milhares de dúvidas: "Será que minha calça está rasgada? Será que meu zíper está aberto? Será que minha cueca está aparecendo? Será que meu cabelo está todo em pé? Será que todo mundo tá reparando que a minha meia é preta e destoa de toda a "produção" visual? Será que o velho é doido?", coisas assim, que surgem na sua cabeçla em frações milesimais de segundos. E o velho, não satisfeito, começou a puxar conversa comigo!!!

Ele estava tentando adivinhar o que estava me deixando preocupado, pois o meu semblante estava carregado e eu retorcia as minhas mãos... dizia que não era saudável um rapaz da minha idade, um jovem na flor da vida - e ele falando sério - estar preocupado com coisas que não pôde resolver. Porque eu estava, segundo o velho, com cara de alguém que estava chateado por não ter conseguido terminar minhas tarefas. Que a vida era muito boa pra ser disperdiçada com preocupações. Que não se deve levar serviço (e as preocupações com ele) para casa. Que o relaxamento é o caminho para a cura. E começou a despejar nos meus ouvidos toda a sua vida...

E eu ouvindo essa ladainha da Cinelândia até a estação de Botafogo! Ai, caramba! Eu estava com cara de CANSADO porque eram quase 20h, eu tinha acordado às 7h30 e não tinha parado ainda. A minha pressa era porque meu corpo estava necessitando de um banho demorado e de um rápido descanso, pois ontem tínhamos marcado a comemoração do aniversário na minha amiga Cândida. E eu tinha passado quase 4 horas na Biblioteca Nacional fazendo pesquisa, escrevendo freneticamente com um cotoco de lápis, ou seja, é óbvio que a minha mão estava doendo e que, por isso, eu estava esfregando as mãos (uma na outra, que isso fique bem claro)!

No caminho pra casa, absorto em meus pensamentos, cheguei à conclusão que eu sou um imã pra malucos! Sempre atraio malucos que, de alguma maneira, começam a puxar conversa comigo! Acho que isso abalou mais ainda meu frágil equilíbrio físico (só uma justificativa estúpida pra eu ter caído na escada)... Mas, realemnte, fiquei mexido. Foi a primeira vez que parei pra pensar sobre isso e lembrei de várias situações dessas.

Teve uma sexta-feira em que eu estava na porta da Bunker com a Letícia e conversávamos animadamente. Nós, pra variar, estávamos no final da fila de entrada. E havia uma garota, com cara de maluca e um cabelo todo eriçado, que ficava puxando conversa conosco. Conversei moderada e educadamente com ela, mas não quis dar muita atenção. E ela ficava no "perseguindo" dentro da boate!!! Quando ela via a mim e a Letícia na boate, ela abria um sorriso assustador... a gente fugiu dela como o diabo foge da cruz.

E teve uma outra vez marcante, que aconteceu quando eu saía de uma feira realizada por um amigo na boate Dama de Ferro. Eu estava na Lagoa, perto da r. Vinícius de Moraes, quando pára uma mulher perto de mim perguntando se eu conhecia "uma tal de Dama de Ferro". Pessoas, a mulher era muito esquisita, parecia um clone mal-feito de Pepê e Neném. Aliás, a mulher era mais macho que eu, a Pepê e a Neném JUNTOS! Eu havia dito a ela que sim - burro! burro! burro! - e ela me disse que queria conhecer a boate, mas não sabia se dava muita mulher, e que era chato porque mulher da zona sul era muito metidinha a gostosa etc. etc. etc. Enquanto eu esperava o ônibus, a mulher me falou da vida dela T-O-D-A! Com detalhes! Picantes! E eu querendo desesperadamente entrar num ônibus, fugir de lá!

Depois de meia hora, conversando com a maluca, eu descobri que, naquele horário, não passava mais ônibus para Botafogo na Lagoa... Tive que andar até a Visconde de Pirajá (acho que era essa rua). E a mulher, porque eu fui gentil com ela e porque ela tava afim de fazer hora antes de entrar na boate, me acompanhou até o outro ponto de ônibus... falando da vida dela! Realmente, ela era um cavalheiro!

Imãs de maluco do mundo: uni-vos! Estou pensando seriamente em montar um clube...

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