sexta-feira, fevereiro 13, 2004

BARRADOS NO BAILE

Quando vi os convites de formatura, eu deveria ter sabido que aquilo era um prenúncio de que algo daria errado. No caso, praticamente tudo! Eu era da comissão de formatura. Passei 4 horas de um dia muito cheio (dois dias antes da minha defesa de monografia) sentado no escritório do cara dos convites, acertando todos os detalhes. Fiz até um esquema altamente explicativo (porque eu sou quase-virginiano com essas coisas) sobre a disposição das páginas e fotos no convite e ELE FEZ TUDO ERRADO! Grrr! Que ódio!

Daí que, no meu último ano de faculdade, houve uma greve de mais de um mês que atrasou a minha mais que atrasada vida. Por conta dessa greve, as minhas aulas - com a minha defesa de monografia - terminaram em meados de janeiro. E, com isso, a solenidade da formatura ficou marcada para março!

Acontece que minha formatura foi marcada pra 9 de março e meu mestrado começava em 5 de março. Tive que começar o mestrado no Rio sem estar oficalmente graduado, sem ter diploma, sem NADA! E ainda tive o gasto adicional de ter que ir pra minha formatura direto do Rio de Janeiro para Campos...

Eu havia chegado em Campos na noite de quarta-feira, dia 7 de março de 2001 (matei descaradamente as aulas de quinta e sexta no mestrado). Foi só eu pisar na cidade que percebi: vem chuva aí! Rezei muito pra Papai do Céu que não chovesse na minha formatura, mas sim na quarta-feira mesmo... mas não caiu uma gota de água.

Passei a quinta-feira, dia 8, resolvendo algumas pendências de documentação e da festa de formatura. O dia estava abafadíssimo e nublado. Rezei muito pra Papai do Céu que não chovesse na minha formatura, mas sim na quinta-feira mesmo... mas não caiu uma gota de água.

Então, chegou o grande dia. A sexta-feira, dia 9, amanheceu abafada, um calor dos infernos e nuvens pretas se formando. Rezei muito pra Papai do Céu que não chovesse na minha formatura, mas sim naquela manhã cinzenta e quente... mas não caiu uma gota de água.

Na parte da tarde, fui fazer rápidas visitinhas a alguns amigos e à dona da pensão onde eu morei. O calor e a umidade chegavam a pesar sobre mim. Andei por vários cantos de Campos, com pressa de voltar pra casa, morrendo de medo de ficar molhado porque eu rezei muito pra Papai do Céu para que não chovesse na minha formatura, mas sim naquela maldita tarde abafada e calorenta dos infernos... mas não caiu uma gota de água.

Eis que a minha família chegou, de van, diretamente de Cabo Frio. Pararam todos na casa de Piggy e Tia Vera, se arrumaram todos lá e rumamos para a cerimônia de formatura. Rezei muito pra Papai do Céu que não chovesse na minha formatura, mas sim no dia seguinte...

Adivinhem o que aconteceu? Bastou eu pisar no grande gramado verde onde seria a minha formatura, que CAIU UM PÉ D'ÁGUA que mais parecia o dilúvio! Só faltou aparecer Noé com a arca...

Um momento trash: quando o formando era chamado pra ocupar seu lugar no palco, aparecia no tel?o uma foto da criatura quando criança e, logo após, da criatura já adulta (que coisa cafona!). Daí que, na hora da minha turma (que, além de mim, era composta apenas pelo Alex e pela Silu) entrar, a chamarem o Alex, as fotos que apareciam eram as minhas. Quando me chamaram, apareceram as fotos da Silu... e a foto da Silu adulta ficou congelada no telão para todo o sempre, amém! Até que desligaram o telão (o projetor enguiçou por causa da maldita chuva).

Sentei num canto do palco e metade da minha beca ficou molhada. Quando nos foi conferido o grau, ficamos jogando confete um no outro... só que o confete simplesmente grudou na minha roupa molhada e, quando fui com a Silu fazer o discurso de "orador", eu parecia um baile de carnaval ambulante.

Pra concluir: cagaram meu convite de formatura, ficou todo mundo molhado na solenidade, de saco cheio porque ela não acabava nunca (eram 8 turmas se formando), não fomos pro baile (porque eu e minha família íamos voltar no mesmo dia pra Cabo Frio - acabamos comendo numa pizzaria), um fotógrafo inutilizou por acidente o rolo de filmes onde tinham justamente as fotos em que EU recebo o diploma, não vi até hoje a cor do dinheiro do reembolso do meu "investimento" no baile de formatura e, ainda por cima, não me devolveram as minhas fotos de criança... Isso só acontece comigo!

Pra piorar, a acabou de me lembrar que, na volta pra Cabo Frio, quase sofremos um acidente. Um caminhão veio em direção à nossa van. Eu só vi aquele caminhão-de-bóias-frias chegando perto, perto, perto e mais perto. De repente, toda a minha vida passou diante dos meus olhos e, num flash de segundos, o motorista da van fez um desvio louquíssimo e salvou as nossas vidas...

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