sexta-feira, maio 28, 2004

ONIBUSFOBIA - Parte 15 - Final??

Dia desses, estava relembrando uma história que, às vezes, eu gostaria de esquecer. Em 1997, quando comecei a faculdade, resolvi ser mais esperto que os outros ursos e passei uma semana escapando dos trotes aos calouros. O meu estratagema era simples e, como "menos é mais", sublime e funcional: eu chegava na UENF com o uniforme da escola técnica, me passando por um mero estagiário de algum laboratório (o que também me garantia passe livre de secundarista nos coletivos). Assim, todos os que me viam transitando pela UENF durante os trotes pensavam que eu não era aluno da universidade.

Só que eu não esperava encontrar pessoas conhecidas na 'equipe de trote' logo no último dia em que eles ocorreriam. Resultado: meu disfarce foi por água abaixo e fui pego. Cortaram meus cabelos na tesoura e fizeram de mim um 'bolo humano', tamanha a quantidade de ovos e farinha que me jogaram.

O problema era: como voltar pra casa (eu morava de favor na casa da Piggy e a faculdade era no meio do nada), sujo de ovos e farinha, com o cabelo todo picotado e sem um tostão no bolso? Me limpei no banheiro da universidade e lembrei da Gizana, minha amiga cuja mãe-cabeleireira (tia Joana) cortava meus cabelos de graça. Me sequei com a minha blusa e coloquei o jaleco cheio de farinha, ovos e cabelo. Com muito custo, consegui pegar o ônibus que me levaria até o centro de Campos para, de lá, caminhar uns 2 km até a casa da Gizana.

Dentro do ônibus, não pude sentar porque estava todo sujo. As pessoas me olhavam como se eu fosse um doente portador de moléstia infecto-contagiosa gravíssima. Muitos apontavam pra mim e riam, pois por onde eu andava deixava um rastro de farinha, ovos e fios de cabelo.

Imaginem a situação: vilipendiado, martirizado, ridicularizado, fedendo a ovos, com farinha e cabelos caindo de todas partes... Isso só acontece comigo! Pra piorar, na hora em que eu ia descer do ônibus, o motorista deu uma freada brusca e eu fui de encontro à porta do ônibus, deixando no vidro uma marca tal qual à do santo sudário, só que feita de farinha, ovos e cabelos... EU ODEIO ÔNIBUS!

Aliás, tia Joana, com sua tesoura mágica, fez o melhor que pode com o meu cabelo, mas ainda assim eu fiquei com duas falhas: um "c" de calouro (ou, como a Piggy preferiu, um "c" de Chris) na frente e, no alto da cabeça, um "o" de... ÔNIBUS! Argh!

(?) Hoje, encerro a série onibusfobia. Foi divertido enquanto durou, mas a gente, ao contrário de muitos ônibus por aí, tem que seguir em frente, né?

Pra quem sentir falta, visite os ISArCquivos a partir de março de 2004 ou leiam os "Fragmentos do Busão" no blog da Ca. Quem tá no orkut ainda pode se filiar à comunidade !Odeio Ônibus, Porra! e se divirta (ou se revolte)...

Mas isso não significa que seja realmente o fim. Há ainda interrogações lá no título do post. Pois, enquanto houver gente mal-educada, pessoas estranhas, cobradores esquisitos, motoristas horrorosos, a onibusfobia permanecerá na sociedade, na aldeia global, dentro de cada um de nós. E tenho dito! ?

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