sexta-feira, setembro 05, 2003

Eu tinha prometido pra Sabrina que iria postar aqui uma incrível e emochocante história de show que ela mandou pro ISAC... mas eu não resito e tenho que dizer:

EU FUI NO SHOW DO COLDPLAY!!!



Tudo começou com a Tati... logo antes de eu entrar em férias, estava conversando com ela pelo messenger e ela me diz que iria ter um show do Coldplay no Rio de Janeiro. A única informação que tínhamos era essa, mas nos deixou em pânico. Nós tínhamos que ir! Logo em seguida, questão de segundos, recebo um e-mail da Marcele e um telefonema da Tissa. Era uma constatação: nós tínhamos que ir! Estávamos destinados a ir!

Voltando das férias, já sabia que o show seria no ATL Hall... Mas a bosta do site deles estava desatualizado. Fomos ao site da TicketMaster e aquela bosta não tinha nenhuma informação sobre a compra dos ingressos por meros mortais como eu. O único lugar que nos informou algo que prestasse foi a FNAC: uma atendente muito simpática nos informou que os ingressos já,estavam à venda. Então, formamos uma equipe de deslocamento para a Barra, pra comprar o ingresso na bilheteria do ATL Hall, que seria mais barato... A equipe era composta por mim (de bendito o fruto), Marcele, Tissa, Lucy e Cândida!

Foi quando começou o martírio. Ao chegarmos lá, no dia 23/08, um sábado, fomos informados na bilheteria que eles só estavam vendendo ingressos para clientes Credicard ou Mastercard, nunca sei qual dos dois. Nós, pobres mortais não usuários do Credicard ou Mastercard (nunca sei qual dos dois), teríamos que deixar pra comprar quando começassem as vendas oficias, no dia 25/08, uma SEGUNDA-FEIRA! GAAAH! Tentamos argumentar que não havia informações nos sites, que os telefones do ATL Hall e da TicketMaster estavam "intelefonáveis", que a FNAC avisou que estava vendendo, que nós éramos de fora do Rio (o que não é totalmente mentira, já que do nosso grupo apenas a Lucy era carioca), mas de nada adiantou...

Mas nós estávamos destinados a ir nesse show... Um senhor que estava na fila, chamado Ricardo (duas filhas, canhoto, com pinta da profissional liberal bem-sucedido) se compadeceu do nosso drama de estudantes-sofredores-não-cariocas-desesperados e se ofereceu para comprar os ingressos para nós com seu Credicard ou Mastercard (nunca sei qual dos dois). VALEU, RICARDO! Pessoas como ele me fazem ainda acreditar na bondade e na generosidade humanas, mas só um pouquinho... graças a ele,

EU FUI NO SHOW DO COLDPLAY!!!



De posse dos caros - no sentido afetivo e monetário da palavra - ingressos, só nos restava contar os dias e planejar milhares de vezes como chegaríamos na tão distante Barra da Tijuca pra ver o show, enfrentando o mínimo de contratempos.

Ontem, saí fugido do trabalho às 17h. Cheguei em casa e Marcele e Tissa já estavam a postos. Me arrumei em tempo recorde e partimos. A experiência de ir a outros shows nos fez bons planejadores e estrategistas. Já sou capaz de ganhar qualquer um no War! Conseguimos os ingressos com antecedência, evitamos o engarrafamento em Copacabana porque fomos para lá de metrô (cujos ingressos eu tive que correr pra comprar, pra economizarmos uns minutos de fila).

Na praia de Copa, conseguimos a "sorte" de pegar um 175 lotado. Uma experiência comparável a pegar o metrô para qualquer ponto da zona norte por volta das 18h ou 19h... O termo "lata de sardinha" dá uma idéia de folga muito grande quando lembro do ônibus. Era um passa-passa tão grande atrás de mim que cheguei a ter vertigem... parecia filme de ação! Inclusive, dentro do ônibus, fui dar espaço para uma senhora mal-educada e meia dúzia de 10 enravatados passarem e quase caí no colo da Marcele! O pior foi uma micro-mulher-freak-show (que foi ao show também) que, no momento da minha quase-queda, reclamou com a Marcele:
Micro-mulher-freak-show: - Aiii, você tá me apertando...Só meio veio na cabeça a voz da Tia Rena:
Fernanda Rena (em off, na minha cabeça): - Mulher sem loção, pangaré dos infernos!!

Por sorte, quando nos mobilizamos pra descer no BarraShopping, uma senhora muito solícita nos informou que aquele 175 passaria na frente do ViaParque, ou seja, nos deixaria pertinho do ATL Hall sem o custo adicional que teríamos se descêssemos no BarraShopping pra pegar outro ônibus. Yay!

Quase não pegamos engarrafamento e às 19h30 encontramos a Lucy e a Polly já na fila de entrada, exatamente 1 hora antes da abertura oficial dos portões e 2 horas antes do horário previsto do início do show! Havia uma figura muito engraçada na fila: um carinha muito parecido com o Harry Potter! E ele estava tão bêbado que tava pra lá de Hogwarts! Ainda por cima, merecia estar no HTP: deu em cima de 100% das garotas da fila... Aliás, momento bizarro: um garoto, beeeeeem antes do início do show, tava tão chapado, tão bêbado, que passou mal e, em sua sangria desatada em busca de um banheiro, saiu vomitando em si, nos amigos e no chão do ATL Hall! Tsc, tsc... Não bebam, crianças!

Saímos pra tomar um refrigerante e voltamos. Tava tudo tranqüilo dentro do ATL Hall, ficamos a cerca de 1 metro do palco. Achei que ia ficar meio vazio mesmo...até que, por volta das 21h parecia que todo o Estado do Rio de Janeiro estava no ATL Hall! Não dava pra respirar, não dava pra mexer, nem pra piscar... Um pensamento seria capaz de provocar um estrago no delicado equilíbrio de milhares de pessoas tão apertadas e apoiadas umas nas outras.

O show começou por volta das 22h. Uma explosão de cores, sons e calor humano... muito CALOR humano! Vocês, amados leitores, já experimentaram a sensação de não controlar os movimentos do corpo? Pois bem, era assim que estávamos: uma massa amorfa de pessoas. Todos se moviam de acordo com a onda de movimento: ora todos pra frente, ora todos pra trás, ora todos pra direita, ora todos pra esquerda, ora todos pulando... não era nem por medo de ser esmagado, mas é porque estávamos todos tão próximos, apertados e colados que o movimento de um desencadeava uma série de milhares outros movimentos! A Tissa, inclusive, saiu machucada por causa de um bruto que estava se apoiando nela para pular e tirar fotos (fico imaginando onde foi que ele escondeu aquela câmera, já que ele estava desacompanhado e sem "bagagem de mão")!

Num dado momento, cansados daquela loucura, eu, Tissa e Marcele nos delsocamos mais para trás, a cerca de 7 metros de distância do palco. Que maravilha! Mesmo nessa distância, ainda conseguíamos ver as veias do Chris Martin cantando, o seu suor escorrendo e pingando no piano... coma vantagemde que agora podíamos nos movimentar por vontade própria, conseguíamos respirar e, melhor dos melhores, estávamos ouvindo a voz do vocalista nas músicas, ao invés daqueles gritos horrorosos e desafinados da turba histérica que antes estava a nossa volta nos comprimindo como laranjas num espremedor.

O destaque da minha noite foi uma menina ruiva ensandecida ao meu lado, que era fã ardorosa, não parava de cantar, berrar, pular, se sacudir... e ainda sabia cantar todas a músicas, de cabo a rabo! Aposto que se o Coldplay cantasse "Ave Maria" em servo-croata, ela saberia a letra!

Meu único problema com o show foi que eles não tocaram uma das minhas músicas preferidas ("Spies")... Ao fim do show, por volta das 0h30 (caracas, muito tempo de show!), eu e uma pseudo-hippie muito engraçada ficamos berrando para eles voltarem e cantarem a minha música e a música dela ("Don´t panic")!

A volta pra casa também foi divertida! Encontramos duas gringas dentistas (de Londres) que faziam trabalho voluntário na Amazônia e, num momento de passeio pelos trópicos, se animaram e vieram pro Rio ver o Coldplay. Deve ser muito engraçado você sair da Inglaterra e assistir a um show de uma banda inglesa no Brasil... :P

Pegamos uma van, mas estávamos tão excitados e animados que o engarrafamentozinho na estrada do Joá não nos retirou o bom humor. Descemos em Copacabana: eu, Marcele, Tissa, Tati, Fred e as gringas. Depois de despacharmos as inglesinhas pro Catete, fomos comer uma refeição saudável no Fornalha, constituída de diversos salgados com catupiry e muito refrigerante.

Eu, Tissa e Marcele chegamos em casa por volta das 3h da matina. Tomei meu banho e apaguei... E cá estou eu, em pé desde as 8h20, fingindo que trabalho, fisicamente destruído, mas muito, MUUUUUITO FELIZ! Isso tudo porque

EU FUI NO SHOW DO COLDPLAY!!!



By the way, seguindo a "dica" da banda, acessem http://www.maketradefair.com!!

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