sexta-feira, abril 02, 2004

ONIBUSFOBIA - Parte 7

Na semana anterior, revelei o Terceiro Segredo de Fátima: sou capaz de dormir em ônibus. Lógico que não é aquela soneca gostosa de sábado a tarde, depois do almoço, mas é um cochilo imprescindível para mim.

Várias pessoas comentaram aqui no blog que sofrem de "insônia de coletivos", que não conseguem dormir de jeito maneira em ônibus, metrôs, barcas, carros, charretes. Por outro lado, conheço pessoas que dormem até andando de bicicleta ou durante outras "atividades físicas". Meu irmão Felippe, por exemplo, caiu várias vezes de cara no prato de comida por causa de seu sono crônico!

Mas, voltando aos coletivos, a história de hoje não aconteceu comigo, mas com meu primo Carlinhos. Em uma época muito atribulada de sua vida, meu primo, morador de Olaria por toda a sua vida, estudava na SUAM em Bonsucesso e trabalhava no Centro do Rio. Sua rotina era muito pesada e, por conta do trabalho, tinha que se deslocar para vários lugares do Rio às pressas e - o pior - de ônibus!

Depois de um longo e exaustivo dia, meu primo estava dentro de um ônibus lotado, rumando para Olaria, para o seu merecido descanso. Por sorte, conseguiu sentar após 5 minutos. Seu cansaço era tanto que Morfeu começava a fazer sentir os seus efeitos. A cabeça começava a tombar, pender para o lado, e meu primo lutando bravamente para se manter acordado e não incomodar o passageiro ao seu lado no banco. Mas não resistiu e acabou dormindo.

Ao dormir, começou a cair para o lado, em cima do passageiro. O sujeito cutucou meu primo, que acordou e voltou à posição inicial. E logo começou novamente a, sonolento, tombar a cabeça e, dormindo, cair em cima do cara. Essa cena se repetiu mais algumas vezes, até que o sujeito resolveu não se incomodar mais com o meu primo tombando em cima dele. Esse foi o erro fatal do passageiro.

Recostado e dormindo com certa tranquilidade, meu primo passou para outro estágio de sono e - pasmem - sem querer ele BABOU! Assim que ele começou a babar, ele percebeu a merda e acordou na mesma hora, preocupado com o que pudesse ter acontecido. Limpou a boca e olhou para o cara... Nem sinal da baba. Olhou para as próprias roupas e nem sinal da baba. Ele começou a achar que sonhara que havia babado quando seu olhar se desviou para UMA ENORME POÇA DE BABA NA CALÇA DO CARA A SEU LADO!

Meu primo ficou super-sem-graça, fingiu que estava dormindo até o martírio acabar e ele chegar no ponto da sua casa. Levantou-se, pediu desculpas ao homem por qualquer inconveniente e saiu do ônibus. Com certeza, saiu pensando: "Isso só acontece comigo"!

Nenhum comentário: