sexta-feira, abril 16, 2004

ONIBUSFOBIA - Parte 9

Viajar para Cabo Frio (e voltar de lá) já é um fato passível de futuros posts neste blog, mas em épocas de feriado prolongado essa tendência se potencializa. Eu sabia que ia acabar me estressando nessa Páscoa, mas eu tinha que me arriscar a sofrer em rodoviárias e ônibus para estar perto da família, dos amigos e, sobretudo, da praia!

Minha prima Viviane havia pedido que eu comprasse para ela a pequena quantidade de 12 ovos de Páscoa. Os primeiros 6 eu já havia despachado pela minha irmã. Os outros 6 viajaram comigo. Uma luta! Um sofrimento! Tive o maior cuidado com os ovos de chocolate da Vivi, pois eles eram grandes, caros e ela iria dar pra família dela com o amior carinho. Defendi os ovos com a minha vida dentro do 170 assassino que me deixou no Castelo, depois de inúmeras curvas suicidas e freadas bruscas.

No Castelo, esperando o ônibus pra Cabo Frio (mais esperto que os outros ursos, resolvi pegar o ônibus lá, ANTES dele passar na Rodô-Inferno Novo Rio), ajeitei minhas duas malas em cima de um banco e pus a sacola com os ovos de Páscoa em cima delas, achando que, com isso, evitaria de alguém esbarrar nos ovos e quebrá-los. Ah, cara-pálida, se fosse tão simples assim... Dois pequenos aborígenes mal-educados, de cerca de 8 anos cada, corriam pra cima e pra baixo e, numa das inúmeras correrias, um deles empurrou o outro, que caiu onde? Onde? ONDE? Em cima das minhas coisas. Dos 6 ovos, apenas UM não quebrou! Fui obrigado a viajar de cabeça quente depois de discutir horrores com duas mães idiotas sobre as traquinagens de seus filhos aborígenes.

Daí que o ônibus demorou pra sair do Castelo e pra chegar na Rodô-Inferno. Lá no Inferno, na hora de sair, um grupinho de garotas pediu encarecidamente que o motorista aguardasse mais cinco minutos porque seus respectivos namorados estavam atrasados e eles estavam de passagem comprada. Os 5 minutos se tornaram 15, os passageiros reclamaram e as meninas entregaram as passagens a um promotor da 1001 para que ele esperasse os garotos e os encaminhassem no próximo ônibus.

Então, seguimos viagem e paramos no ponto mais desnecessário da viagem: o Oásis Graal no meio da Via Lagos! A parada seria de apenas 10 minutos, mas na hora de sair faltavam dois passageiros no ônibus e só saímos de lá em 35 minutos. O que aconteceu: um casal gay sem cérebro desceu do ônibus pra comer alguma coisa e, quando voltaram, sentaram num banco de frente para o ônibus e ficaram esperando ele dar sinal de partida... e o ônibus não partia justamente por causa deles! :P

No fim das contas, uma agradável viagem de cerca de 2h30 acabou durando 3h20, com uma senhora do meu lado que não parava de reclamar. Mais doloroso que isso foi saber que os meninos que se atrasaram para pegar esse ônibus tomaram um coletivo que saiu 5 minutos depois do nosso, fez um caminho alternativo e chegou em Cabo Frio 25 minutos ANTES do meu ônibus.

Pra coroar, na volta do feriado, o engarrafamento era tanto que eu saí de Cabo Frio no ônibus das 18h20 e só fui pisar no meu apartamentico em Botafogo às 0h35. Isso só acontece comigo!

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