sexta-feira, outubro 24, 2003

Ainda me atendo ao tópico "Celebrações e afins", vou contar hoje uma história de pequenos micos num casamento que fui há cerca de um mês.

Há cerca de um ano, minha amiga Adriana me contou que iria se casar com o Paulo. Fiquei todo feliz, contente e animado porque eles são um dos casais mais bonitos e legais que eu já conheci. E, por conta disso, passei um bom tempo receoso em não fazer ou falar alguma merda no casamento, bem como nos eventos que o antecederam. E até que, por certo tempo, tudo deu certo...

Enfim, chegou o grande dia - 27 de setembro, dia de Cosme e Damião - e eu mal podia me conter. Afinal, este seria o primeiro casamento que eu iria no Rio de Janeiro. Meu primeiro evento social! Ia ser uma festa muito chique, visto que o casamento seria celebrado no salão nobre do Fluminense. Por mais que eu tentasse, sabia que certas coisas fugiriam ao meu controle... e aqui vai uma listinha delas:

(¦) Faltando cerca de 4 horas pra irmos ao casamento, descubro que esqueci a minha ÚNICA gravata em Cabo Frio. Era uma gravata linda, meio dourada, meio furta-cor que cairia maravilhosamente bem com minhas roupas... Por sorte, depois do meu desespero inicial, o Raffy me emprestou uma gravata cinza que combinava ligeiramente com meu terno. Ficou mais sóbrio, porém menos a minha cara.

(») Na entrada, como era uma festa chique, havia uma pessoa conferindo numa lista os nomes dos convidados. E disseram que o nome da Tissa não estava na lista. Após o pânico inicial, enfiei a minha cara lá na lista, procurei e achei o nome da minha amiga... só depois que fiz isso, percebi que estávamos sendo filmados... desde então, rezo pra que essa cena não apareça na edição do vídeo. :P

(¤) Chegando ao salão do Fluminense, me senti um roceiro que pisa na cidade grande pela primeira vez, maravilhado com a beleza do local. Ao caminhar em direção às mesas:
Andreh: - Nossa... esse salão é grande mesmo! Olha lá naquela direção, quanto espaço!
Tissa: - Andreh, aquilo ali é um espelho...

(¢) Em certo momento da noite, enquanto conversávamos animadamente sobre o cinegrafista-surfer-boy da festa, que estava descaradamente paquerando a Marcia, ela derrubou a taça de champanhe... adivinhem quem foi batizado? Sim, senhoras e senhores, EU MESMO! E o mico de atravessar o salão e pista de dança todo molhado, em direção ao banheiro?

(þ) No banheiro, enquanto eu tentava me limpar sem ficar muito molhado e, ao mesmo tempo, com um medo absurdo de manchar o meu ÚNICO terno, um rapaz começa a conversar comigo e eu fico imaginando se eu o conhecia... Trava-se o seguinte diálogo:
Rapaz: - O que tá rolando lá em cima, no salão? É festa de formatura?
Andreh: - Não... é um casamento!
Rapaz: - Casamento??
Ele mal podia conter seu espanto...
Rapaz: - Mas com essas músicas??
A Adriana havia selecionado muito rock e muita música pop pra tocar, nada de valsinhas e Kenny G, ou coisinhas chatinhas do gênero. Enquanto eu esfregava toneladas de papel toalha na minha calça, pra ver se secava, comentei:
Andreh: - Pois é... A noiva escolheu as músicas e ela tem um bom gosto do caramba! Ela sempre foi assim, muito animada e acho que o casamento dela não seria diferente...
Só eu mesmo pra ficar de papo-furado cum um bêbado e total desconhecido num banheiro de casamento... IMÃ DE MALUCO!
Num tom confidencial, de amigos íntimos, ele se dirige a mim:
Rapaz: - Cara... Eu tô num casamento aqui no outro salão (um segundo salão de festas do Fluminense) e tá um saco! Só música chata, já vim mijar várias vezes pra poder dar uma descansada da chatice... hehehe.
Andreh: -...
Rapaz: - Mas tá cheio de doces lá. Se você quiser, é só entrar e pegar.
Confesso que me senti tentado... Doces são meu ponto fraco (e o da noiva também) e eu quase fui... Mas achei aquela situação tão bizarra que apenas agradeci e falei ao rapaz que, caso ele quisesse dançar, também poderia ir ao salão onde eu estava. E saí batido do banheiro...

(§) Já de volta, tendo superado a vergonha e o constrangimento de atravessar molhado um salão de festas cheio, esbarrei num garçom, mas não perdi a pose... cheguei na minha mesa e chamei as meninas para dançarmos.

(¥) Na pista, como de costume, atraímos todas as atenções com nossa empolgação, graça, leveza, suavidade e um estilo peculiar e maravilhoso de dançar. Acho que fomos mais filmados que os próprios noivos noivos, mas isso também se deve ao fato de que o cinegrafista-surfer-boy da festa estava de olho na Marcia, que dançava freneticamente (o que a bebida não faz na vida das pessoas). Num dado momento, nos juntamos a um alegre trenzinho que percorreu a pista de dança e eu, estabanado como de costume, numa curva realizada, acabei por CHUTAR PRA LONGE UM DOS TACOS DO CHÃO DO SALÃO NOBRE DO FLUMINENSE. E, tentando fazer o conserto da forma mais natural possível, dou de cara com o pessoal do buffet me olhando e rindo da minha cara. Ah, o cinegrafista também estava me filmando nesse momento. Isso só acontece comigo!

(ð) Pra não dizer que eu sou o único azarado da festa, a Marcele levou um tombaço na pista e a Marcia só colheu os frutos lazarentos depois... Mas isso é uma outra história!

Adriana e Paulo, se vocês, por algum acaso da vida, estiverem lendo isso, eu só queria dizer que esta foi a melhor festa de casamento que eu fui em toda a minha vida! :)

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