sexta-feira, novembro 18, 2005

FERIADO





Ah, como é bom almoçar com o pessoal do trabalho! Além de me fazerem relembrar uma série de histórias bizarras da empresa (reeditarei a série Man at work), ainda me divirto com relatos desgracentos. Leiam atentamente o relato do Cláudio sobre sua aventura nesse último feriadão:

"Dia 15 de Novembro, terça-feira, feriado. O tempo está ótimo, o sol brilha e o céu está limpo. Acordei com vontade de comer um peixinho. Comento com a minha noiva: 'Amor, vamos comer um peixa lá na Tia Palmira?'

Para aqueles que não sabem o restaurante da Tia Palmira serve uma comida maravilhosa, peixe, camarão etc. Ela responde: 'Sim amor, vamos'. Ela adora a comida da Tia Palmira. Eu disse 'Vamos sair daqui por volta do meio dia, tá?' e ela: 'OK'.

O Retaurante da Tia Palmira fica em Barra de Guaratiba e, geralmente, leva-se um pouco mais de 1 hora para se chegar lá, saindo da minha casa, no Leme. Então, liguei para o Restaurante e perguntei se estava funcionando e qual era o preço - pois lá o preço é único e você come a vontade. Tudo certo, me informaram que estava funcionando normalmente.

Como combinado, saímos às 12h em ponto. Seguimos tranquilamente pela Lagoa, Barra, Recreio, subimos a Serra de Guaratiba. Eu disse então: 'Estamos chegando amor, é só entrarmos aqui....ops'. Eis que eu vejo, então, em frente a entrada para o Pólo de Guaratiba, um carro da polícia fechando a estrada. Paro e pergunto: 'não posso entrar?', ao que o guarda responde: 'Está fechado'. Logo pensei, 'putz eu já estava quase lá agora vou ter que voltar a Serra de Guaratiba, entrar no caminho para Grumari subir a Serra novamente e chegar à outra entrada de Barra de Guaratiba'. Mas como ainda eram 13h e o trânsito tinha estado tanqüilo até ali, não achei nenhum absurdo.

Voltei, então, e entrei no caminho para Grumari. E disse: 'Veja a praia, que linda... mas por que tanto carro parado naquela pista?... ops'! Paro o carro e concluo: é um engarrafamento! Detalhe: meu carro é preto e não tem ar condicionado, devia estar fazendo uns 35 graus, pelo menos, em plenas 13:30h da tarde! Pensei: 'Deve estar engarrafado porque as pessoas querem estacionar seus carros, logo vamos passar'. Fico ali parado, 10, 20, 30 minutos sem sair do lugar... ouço buzinas, reclamações, pessoas andando ao lado dos carros (aliás, com uma velocidade muito superior aos carros, lógico). Minha noiva começa a ficar irritada, com calor, a fome bate, sede, quero ir ao banheiro, e já são 14:10h. Os carros se movimentam... 2 metros a cada 5 minutos. Pessoas estranhas (vocês me entendem?) passam ao lado dos carros, olhando para o interior. Vendedores oferecem produtos diversos: cerveja, água, coca-cola... e a gente lá: parado!Saio do carro pra olhar, vejo centenas de carros parados em uma fila quilométrica e penso: 'Ninguém merece'.

Já são 16:40h, chego ao fim da praia de Grumari (um percurso que poderia fazer em 5 minutos), sigo em frente, morrendo de fome, subo a serra e digo: 'Calma, amor... agora estamos chegando'. Quando viro a última curva, antes da entrada do Pólo de Grumari, o que vejo??? UM CARRO DA POLÍCIA FECHANDO A ESTRADA. O polícia aponta para todos os motoristaS indicando para fazer a volta e pegar a estrada em direção ao Recreio. Paro e pergunto: 'não posso entrar?', ao que ele diz: "não, está fechado, só morador pode entrar". Nesse momento, quase disse que morava lá e que eu era um pescador, mas preferi voltar em direção ao Recreio. Falei, então: 'amor, vamos comer na Tia Penha?' - que é um outro restaurante muito bom, nos arredores de lá - e ela, quase desmaiando de fome, mal consegue responder um 'tá'.

Me aproximo do Restaurante da Tia Penha e vejo centenas de carro e uma enorme fila na porta. E digo: 'Putz, acho que nem adianta parar né?' e ela, murmurando faminta: 'É'. Sigo em frente e vejo um restaurante mais vazio, paro o carro e digo: 'vamos comer aqui'. Aposto que ela toparia comer em qualquer boteco de esquina, mas era um restaurante agradável. Entramos, algumas pessoas estavam sentadas numas mesas. Elas não pareciam estar muito felizes, provavelmente porque não conseguiram ir a praia e estavam comendo para voltar pra casa, frustrados, como nós! O garçom demora... Pedimos a comida e bebidas. A bebida chega...

Eis, então, que entram no restaurante 5 pessoas: um homem com um violão, um rapaz, duas meninas e uma mulher. O homem os apresenta como o grupo musical Família e diz:
'Sabem que nós somossss? O Grupo Musical Famíliaaaa!! E sabe o que viemos fazer aquiii? Cantar para vocêssss!!!'. Logo penso: 'Putz, ninguém merece mais isso'. As pessoas das outras mesas olham com cara de desânimo. E eles começam a cantar uma música assim: 'Ohhhh répi dei, ooooh répi dei'. As pessoas olham pra eles com um cara de quem pergunta: 'dia feliz? Pra quem? Pra mim? Cês tão de sacanagem, né?'.

Eles acabam de cantar a música e pedem palmas... umas 3 pessoas batem... Eles tocam La bamba em ritmo frenético... O homem acaba a música e diz: 'Bem, nosso repertório acabou, vamos passar nas mesas pra falar com vocês'. E eu, pensando: 'Putz, o repertório acabou, duas músicas'! As pessoas na mesa ao lado morrem de rir e não conseguem falar com os músicos, pois caçoam deles por ter um repertório tão pequeno.
Uma menina que bebia cerveja grita: 'já acabou? Duas músicas?? Não sabem tocar mais nada???', e o homem responde: 'Sabemos sim, mas não ensaiamos... quer que nós toque mais?' e o cara ao lado logo grita: 'NÃOOOOOOOOOOOOOOOO' (Se fosse o Andreh, diria: 'Sai daquiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii')!!

A comida chega, comemos e vamos embora. Quando chegamos em copacabana, ainda enfretamos engarrafamento por conta de um show do Jorge Ben Jor na praia. Horário de chegada: 19:30h. Saímos de casa ao meio-dia pra almoçar e só voltamos às 19:30h! Um almoço de 7 horas e meia! Isso só acontece comigo mesmo!!"


Ai, Senhor, até perdi a minha fome!

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