sexta-feira, abril 15, 2005

O MISTÉRIO DOS SETE RELÓGIOS

(1)
Sempre gostei muito de relógios: acho-os bonitos, interessantes e funcionais. Só que não consigo usar relógio de pulso (assim como pulseiras, braceletes, fitinhas do Sr. do Bonfim etc.). Em dados momentos, a pulseira do relógio começava a me incomodar de tal forma que já tive coceiras, descamações e urticária na minha sensível pele... ô, vida!

(2)
Às vezes, a sorte resolve sorrir pra mim. De uma certa feita, eu e meu irmão Daniel estávamos na praia em Cabo Frio e achamos um big power relógio digital que fazia de tudo: marcava hora de vários lugares do planeta, tinha despertador, calculadora, agenda eletrônica, cantava, dançava e sapateava! Usei a gracinha por anos, até que ele, acidentalmente caiu da minha mão enqaunt eu o colocava. A tela de cristal líquido virou uma farofa e foi decretada a morte do relógio! Uma pena!

(3)
De uma outra feita, já em Campos, achei um relógio lindo no portão da pensão infecta que eu chamava de 'lar'. Era um relógio de ponteiro, sóbrio, douradinho e de pulseira marrom. Achei fino! Levei pra Cabo Frio, dei pra minha mãe e o relojoeiro disse que era um relógio caro! Yay! Quando o meu relógio de ponteiro - um chique que minha avó comprou no paraguai e me deu pra usar no casamento da minha prima - teve uma morte súbita, mamãe me emprestou esse douradinho de pulseira marrom. Com duas semanas de uso, fui assaltado no portão da pensão! E o pior: foi no mesmo lugar em que achei o relógio. Ou seja, cerca de dois anos depois, ele me foi tomado das mãos (e o filho-duma-égua-manca ainda me levou os únicos R$5 que eu tinha - e eu tava guardando pra comprar doce)! Vem fácil, vai fácil...

(4)
Quando era criança, tinha um relógio do Mickey que eu adorava. Aliás, eu tinha verdadeira paixão por aquele relógio, que não saía do meu pulso nem pra dormir... mas saía pra tomar banho, porque, como todo bom relógio de camelô, não era à prova d'água (e mesmo que fosse, não dava pra confiar, né?). Num belo domingo, estávamos na casa de vovó e fomos tomar banho de mangueira no quintal. Tirei minha roupa e meu relógio e fui pra farra. Quando voltei, me deparo com uma cena trágica: o cachorro estava mastigando meu relógio! Sofri e chorei tanto que nem sei...

(5)
Em Campos, eu passei um bom tempo sem despertador... sabem como eu acordava? Com as badaladas do maldito carrilhão que a dona da pensão mantinha na copa! O troço ecoava pelo banheiro do meu quarto e me acordava todos os dias, mesmo quando eu não precisava estar de pé às 6h. Aliás, eu NUNCA precisava estar de pé às 6h! Tentei sabotar o maldito do carrilhão por várias vezes só que sem sucesso. Até que, quando consegui abstrair a barulheira do relógio, ele "morreu" (de "velhice" mesmo)! Foi quando comecei a comprar diferentes modelos de relógio-despertador-de-camelô, daqueles que duram mais ou menos o mesmo tempo que as pilhas!

(6)
Meu pai nunca foi de nos dar presentes caros e significativos. Normalmente eles eram somente significativos. Mas em 1994, ele presenteou cada um dos filhos com um relógio de pulso de sua coleção. Eu ganhei um G-Shock maravilhoso-tudo-de-bom-baba-baby-que-troço-liiiiiiiindo! E fiquei super feliz com o presente! Daí que eu usei o relógio APENAS no Natal. E, no Ano Novo, fui todo feliz passar o reveillon com uns amigos, na praia, em Cabo Frio, cheiroso, de roupa nova e com o relógio no pulso. Eis que, por volta das 4h da manhã, voltando pra casa pela praia, arrastando uma garota bêbada e mais dois amigos malucos, nós fomos roubados por um bando de 8 pessoas! Até apanhei, sabiam? O pior é que o único do grupo de amigos que ainda tinha algo a ser roubado era eu: levaram meu $$ (outros R$5), meu tênis novo (era barato, mas era bonito... e NOVO) e o G-Shock que papai me deu. Nunca mais passei o reveillon com esse povo pé-frio!

(7)
Eu já perdi relógios e já perdi a hora várias vezes... mas nada se compara ao dia em que meus irmãos vieram ao Rio fazer prova do vestibular da UERJ! O meu despertador - de camelô, óbvio - havia caído na mesa e estava mais quebrado que ovo de páscoa em maio! Nenhum dos três estava portando relógios digitais com despertador e, pra piorar, na época, meu celular era um Motorola Tijolão que NÃO TINHA DESPERTADOR! No apartamento não tinha telefone porque a velha doida que morava lá não havia pago as contas (e havia embolsado o $$$ que deixamos). Como fazer pra acordarmos às 6h da manhã? Simples: liguei pra minha mãe, em Cabo Frio e pedi pra ela acordar às 6h da manhã e ligar pro meu celular...

E quando eu digo que isso só acontece comigo, as pessoas não acreditam!

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