sexta-feira, março 10, 2006

TRANCADO





Acho que você todos puderam perceber que a Lelê, minha roommate, é uma pessoa peculiar. Então, por conta dela, eu passo por diversas situações vexatórias (como a do cara seminu no quarto de hotel) ou problemáticas (quando eu perdi a hora porque ela achou que meu relógio poderia ser programado simultaneamente com dois horários diferentes).

Certa vez, no final do ano passado, eu fiquei sem as chaves de casa. Eu possuo apenas um chaveiro, onde ficam as chaves da casa de minha mãe (em Cabo Frio), a chave do meu apartamento e a chave do meu gaveteiro na empresa. Neste dia, eu estava arrumando uma papelada e um monte de outras coisas, utilizando demais o gaveteiro. Com a cabeça nas nuvens e a pressa de ir embora, acabei esquecendo o chaveiro na fechadura do meu gaveteiro. Só me dei conta disso quando já estava atravessando a rua da minha casa. Mas percebi que a luz da sala estava acesa, então, nem me preocupei em voltar na empresa pra pegar a chave: a Lelê tava em casa e poderia abrir a porta pra mim. Sim, me rendi à preguiça.

Quando entrei no apartamento, comentei com a Lelê - que estava estudando com a Vivi e o Michel - que eu estava sem chave. Como eu iria à academia dentro de alguns minutos, pedi que ela não trancasse a porta, para eu não ter que incomodá-los com a campainha. Fui malhar e realmente me surpreendi ao ver que, na volta, a porta estava destrancada.

Antes de dormir, pedi que a Lelê não trancasse a porta de casa quando saísse pro estágio de manhã cedo, afinal, eu precisaria sair pra trabalhar. Dormi tranqüilo. Tão tranqüilo que perdi a hora. Levantei na correria, pra tomar banho rápido, trocar de roupa e sasair sem chegar muito atrasado. Quando boto a mão na maçaneta, A PORTA ESTÁ TRANCADA! E EU SEM A CHAVE! Isso só acontece comigo: enquanto as pessoas ficam trancadas do lado de fora de suas casas, EU FICO TRANCADO DO LADO DE DENTRO.

Tentei ligar pra Letícia várias vezes, sem sucesso. Quando estava me resignando a perder o dia de trabalho, fiz o impensável: liguei pra um dos meninos que trabalha comigo, o Caju, e pedi que ele fizesse o favor de passar na minha sala, pegar a minha chave e depois dar um pulo no meu apartamento pra me livrar do meu cativeiro doméstico... e como ele estava mega-ocupado, ainda tive que ficar esperando um bom tempo até ele aparecer.

Daí, relaxei e fiquei em casa assistindo "Os Simpsons" no DVD até o Caju chegar. E, óbvio, fui almoçar com o Caju e os meninos logo, antes de entrar na empresa. O bonito foi justificar meu ponto...

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