sexta-feira, maio 27, 2005

VIRA-LATA

E como eu estava falando de família, crianças e micos nessas últimas semanas, eu não poderia NUNCA deixar de contar uma história tão básica do meu núcleo familiar... Há alguns anos, quando eu e meus irmãos éramos crianças, minha mãe volta e meia nos deixava na casa dos pais dela. Mesmo sendo uma cidade pequena e a gente morando perto, era sempre muito positivo esse encontro pra matar a saudade. A casa dos meus avós é mesmo como se fosse a nossa casa.

Era muito divertido pra gente estar na casa de vovó porque lá sempre teve quintal e crianças adoram um quintal, né! E vovô costumava brincar com a gente de cavalinho: ele nos segurava pela cintura e a nos colocava em cima de um dos cachorros - sempre nos segurando, afinal, eram cães, e não cavalos, e os podres bichinhos não poderiam suportar o nosso peso, né? - e nós nos divertíamos a valer.

Numa das vezes em que estávamos lá, sozinhos com vovó, meu estimado irmão Felippe, tranqüilo e calmo como um anjinho (dos infernos), provavelmente resolveu brincar de cavalinho com um dos cães, que estava dormindo. Obviamente, assim que ele se jogou em cima do cão, o bicho fez um escarcéu e sentou-lhe uma forte patada na cara. Vovó só viu Felippe chorando, com a cara ensangüentada e saiu correndo conosco em busca de mamãe, pra irmos ao hospital. Felippe levou três pontos, em lugares distintos do rosto.

Ok, voltamos pra casa de vovó, com a recomendação do repouso pro pestinha. Não deu nem cinco minutos, ouve-se um novo escarcéu e um ganido sofrido e choroso de cachorro. Quando vovó chega ao quintal, depara-se com o cão correndo e uivando de dor e Felippe cuspindo pêlos no chão:

Vovó Mana: - Felippe! O que foi que aconteceu aqui?
Felippe: - Ptuf! Ptuf!* Ele me mordeu, mordi ele também!
Vovó Mana: - Isso só acontece comigo!

Pobre vovó... acho que a gente dizimou com pelo menos uns 15 anos de vida dela... hehehe!

* Reperaram na onomatopéia de cuspe com pêlos?

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